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A cura da ressaca no Congresso

O governo de Michel Temer acorda hoje de ressaca – e com objetivos a cumprir. Um dia após o procurador-geral pedir a prisão de quatro peemedebistas de peso— Eduardo Cunha, José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá —Temer quer vitórias rápidas nas votações na Câmara. Nesta quarta-feira, estão na pauta o projeto sobre as leis de […]

JUCÁ, RENAN E SARNEY: Trata-se de uma mudança que implica custos imediatos, concentrados em certas categorias, e benefícios difusos, incertos / Ueslei Marcelino/ Reuters

JUCÁ, RENAN E SARNEY: Trata-se de uma mudança que implica custos imediatos, concentrados em certas categorias, e benefícios difusos, incertos / Ueslei Marcelino/ Reuters

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2016 às 06h40.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h35.

O governo de Michel Temer acorda hoje de ressaca – e com objetivos a cumprir. Um dia após o procurador-geral pedir a prisão de quatro peemedebistas de peso— Eduardo Cunha, José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá —Temer quer vitórias rápidas nas votações na Câmara. Nesta quarta-feira, estão na pauta o projeto sobre as leis de responsabilidade das estatais e a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU), que libera 30% das verbas destinadas a algumas áreas por lei e dá margem para manobrar o orçamento.

As votações serão feitas em sessão extraordinária e foram combinada no final da noite de ontem pelas lideranças. Com a medida, a reunião do Conselho de Ética que define o futuro de Eduardo Cunha, que estava marcada para as 14h de hoje, teve de ser cancelada e remarcada para a quinta-feira 9. Prováveis vitórias podem funcionar como uma reação ao enfraquecimento político do PMDB.

Em última instância, se Renan Calheiros for afastado da presidência do Senado, o processo de impeachment pode ser tocado pelo vice, Jorge Viana, do PT. Um presidente petista pode travar as pautas de interesse de Temer e embaralhar o impedimento de Dilma Rousseff. A ação também afeta Jucá, principal articulador de Temer no Senado.  Não custa lembrar que, na votação da admissibilidade do afastamento de Dilma, Temer conseguiu 55 votos favoráveis. Para impedi-la definitivamente, são necessários 54. O risco de uma reviravolta existe, avaliam governista.

No Supremo, os ministros criticaram reservadamente a medida do procurador-geral. Alegam que o pedido é frágil se tiver como base apenas os áudios do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. O relator da Lava-Jato, Teori Zavascki, deve julgar a questão no plenário, com os colegas. Se aceitarem o pedido, outra questão surge: o Congresso precisa aceitar que os parlamentares sejam presos. No caso de Delcídio do Amaral, 59 senadores apoiaram a prisão – a primeira de um parlamentar em exercício.

Em Curitiba, avançam as delações premiada dos ex-presidentes das construtoras Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e OAS, Léo Pinheiro, que podem embaralhar ainda mais a agenda da Justiça com a do governo. Para Temer, quanto mais Congresso, melhor.

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