Temer no Rio: ontem, o tema foi o reforço da segurança no estado; nesta segunda, as negociações políticas continuam (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
EXAME Hoje
Publicado em 31 de julho de 2017 às 06h07.
Última atualização em 31 de julho de 2017 às 07h50.
A semana que deveria ser uma das mais tensas do governo do presidente Michel Temer desde que a delação de executivos do Grupo J&F veio à tona começa com menos problemas do que o esperado. Na quarta-feira, a Câmara dos Deputados vota a admissibilidade da denúncia de corrupção passiva feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Se dois terços – 342 – dos deputados aceitarem, a denúncia contra Temer é encaminhada para o Supremo Tribunal Federal (STF) e, caso seja aceita pelos ministros, o presidente é afastado.
Às Sete – um guia rápido para começar seu dia
Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:
Ao que tudo indica, no entanto, os deputados devem livrar Temer. Pelas contas do governo, pelo menos 250 parlamentares devem votar com o governo, enquanto cerca de 170 votarão contra, com quase 100 deputados esperando para pular na canoa vencedora. Os assessores mais pessimistas, no entanto, acreditam que o número de apoiadores deve ficar em torno de 200. Em ambos os casos, é mais que os 172 votos suficientes para barrar a investigação contra o presidente. O otimismo do governo, como se sabe, vem sendo construído com centenas de milhões de reais liberados em emendas para aliados do Planalto num momento de grande aberto financeiro para o país.
Vencer com folga é importante para o governo, que deve continuar se reunindo com deputados para convencê-los a apoiá-lo, porque mostra que o governo ainda tem força para tocar pautas importantes. Inclusive porque alguns parlamentares que devem votar contra o governo são favoráveis a projetos como a reforma da Previdência. Esse é o caso dos deputados do PSDB. A maioria do partido é favorável a aceitar a denúncia, mas, caso o presidente se mantenha no cargo, não deve votar contra pautas que são consenso.
Mesmo com todas as contas colocadas no papel, tanto governistas como oposição imaginam que somente na manhã de quarta uma contagem “realista” estará disponível. A oposição ainda não está unificada em qual será a tática para a quarta. Uma das ideias é tentar obstruir a votação não permitindo que a sessão tenha o quórum mínimo de 342 parlamentares. Faltam pouco mais de 48h para que se decida o futuro do presidente Michel Temer.