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A conta da propina: U$ 3,4 bi

O departamento de propinas da Odebrecht pagou 3,39 bilhões de dólares entre 2006 e 2014 em vantagens indevidas para os mais variados propósitos. A soma foi revelada pelo antigo funcionário do setor de operações estruturadas Hilberto Mascarenhas em depoimento para a ação contra a chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cujos detalhes começaram a […]

SEDE DA ODEBRECHT: Condenada, a empresa terá que desembolsar dinheiro para Brasil, Estados Unidos e Suíça  / Paulo Whitaker/ Reuters (Paulo Whitaker/Reuters)

SEDE DA ODEBRECHT: Condenada, a empresa terá que desembolsar dinheiro para Brasil, Estados Unidos e Suíça / Paulo Whitaker/ Reuters (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2017 às 18h19.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h26.

O departamento de propinas da Odebrecht pagou 3,39 bilhões de dólares entre 2006 e 2014 em vantagens indevidas para os mais variados propósitos. A soma foi revelada pelo antigo funcionário do setor de operações estruturadas Hilberto Mascarenhas em depoimento para a ação contra a chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cujos detalhes começaram a vir a público nesta terça-feira.

De acordo com o executivo, cerca de 80% do valor destinou-se a propinas e obras no exterior, conforme publicado no jornal Folha de S. Paulo. Outros 20% do montante foram destinados a pagamentos de contas de partidos políticos brasileiros nas campanhas eleitorais via caixa dois. Pelo relato, os valores cresceram ano a ano até a deflagração da Operação Lava-Jato. Foram 60 milhões de dólares em 2006, chegando ao pico de 750 milhões em 2013. Em 2014, mesmo com a Lava-Jato já nas ruas, foram repassados 450 milhões de dólares. Com o avanço das investigações, o departamento de propina chegou a ser transferido para a República Dominicana, um dos países onde a empresa atuava.

Além do Brasil, receberam recursos campanhas de países da América Latina, como El Salvador, Panamá e Venezuela, e da África, como Angola. Algumas das campanhas foram realizadas pelo ex-marqueteiro do PT João Santana. Ele e sua mulher, Mônica Moura, receberam 16 milhões de dólares de caixa dois apenas na campanha de 2014, quando trabalharam para a chapa Dilma-Temer. Mascarenhas confirmou que executivos da Odebrecht tinham ciência de que os pagamentos eram feitos para quitar dívidas da dupla na corrida eleitoral.

O ministro Herman Benjamin, relator da ação no TSE, ainda não deu data para seu parecer sobre os depoimentos. Antes, ele realizará uma acareação entre Mascarenhas, Marcelo Odebrecht e Cláudio Melo Filho para refinar as contradições entre as versões de cada um. A audiência foi marcada para a próxima sexta-feira 10, às 16 horas. Será a hora de passar a limpo a delação do fim do mundo, que já implicou os três principais partidos do país: PT, PMDB e PSDB.

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