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A conta chega para todo mundo, afirma Delcídio sobre Lula

Autor da delação que levou à denúncia contra o ex-presidente Lula, o senador cassado disse ontem ao Estado que "um dia a conta chega para todo mundo"


	Delcídio do Amaral: Delcídio se referia ao fato de Lula ter se tornado réu em ação criminal na Justiça Federal em Brasília por tramar contra a Operação Lava Jato
 (Adriano Machado / Reuters)

Delcídio do Amaral: Delcídio se referia ao fato de Lula ter se tornado réu em ação criminal na Justiça Federal em Brasília por tramar contra a Operação Lava Jato (Adriano Machado / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2016 às 08h28.

Brasília - Autor da delação que levou à denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS) disse ontem ao Estado que "um dia a conta chega para todo mundo".

Delcídio se referia ao fato de Lula ter se tornado réu em ação criminal na Justiça Federal em Brasília por tramar contra a Operação Lava Jato.

O próprio Delcídio também é réu na mesma ação, ao lado de outros cinco acusados de envolvimento em um plano para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró.

Delcídio foi preso no dia 25 de novembro, por determinação do Supremo Tribunal Federal. Em fevereiro, ele foi solto. Seus depoimentos deram sustentação a várias denúncias da Procuradoria-Geral da República e abertura de inquéritos no âmbito da Lava Jato.

Para o senador cassado, a decisão judicial que recebeu a acusação da Procuradoria contra Lula "só fortalece" suas revelações. "Isso só fortalece a minha colaboração, mostra a efetividade da minha colaboração. O juiz, assim como a Procuradoria, se aprofundaram com relação a esse episódio da obstrução. As provas foram consideradas suficientes e levaram à denúncia e ao recebimento pela Justiça."

Em troca de sua delação, o ex-senador deverá se livrar de uma eventual pena de prisão, mesmo que condenado na ação por tentativa de obstrução da Lava Jato.

Delcídio disse que está cumprindo todos os termos do acordo de colaboração que firmou com a Procuradoria-Geral da República, que em parecer afirmou que ele não estaria comparecendo quinzenalmente à Justiça e nem morando no endereço declarado.

"Absolvição".

A defesa de André Esteves disse que o juiz Ricardo Leite, da Justiça Federal em Brasília, "deve ainda examinar se é caso de absolvição sumária ou mesmo de rejeição da denúncia". "Nós vamos lutar por isso, pois estamos convencidos de que nosso cliente não cometeu nenhuma irregularidade. Não há justa causa para abrir processo penal em bases tão fracas".

O advogado Damian Vilutis, que defende Maurício Bumlai, negou que seu cliente entregou dinheiro a Delcídio para ser enviado a Cerveró ou para os familiares do ex-diretor.

O criminalista Conrado de Almeida Prado, que defende José Carlos Bumlai, afirmou que a aceitação da denúncia já era esperada e que vai se manifestar sobre o caso perante o juiz.

"Vamos pleitear que ela (denúncia) seja rejeitada e, caso seja mantida, a defesa vai provar que José Carlos Bumlai nunca deu dinheiro a Nestor Cerveró ou sua família a fim de comprar silêncio ou impedir o acordo de delação premiada", afirmou. "Tanto isso é verdade que a delação aconteceu, e que o próprio Nestor admitiu em outro processo que não tratou com Bumlai a respeito de nenhuma irregularidade."

Edson Ribeiro disse que "tanto o Ministério Público quanto o juiz foram induzidos a erro por Bernardo, filho de Nestor Cerveró". "Eu jamais tentei obstruir de qualquer forma a Justiça."

A reportagem não conseguiu contato ontem com a defesa de Diogo Ferreira Rodrigues.

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