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A cassação que ninguém quer

Dois anos e meio depois da abertura da ação, o julgamento que pode cassar o mandato do presidente Michel Temer começa nesta terça-feira no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O processo traz provas documentais, depoimentos, argumentos da acusação, defesa e Ministério Público sobre a suspeita de que a chapa formada por Dilma Rousseff (PT) e Michel […]

TEMER E DILMA: cassar a chapa vitoriosa em 2018 não interessa a PMDB, PT e PSDB / Valter Campanato/ Agência Brasil

TEMER E DILMA: cassar a chapa vitoriosa em 2018 não interessa a PMDB, PT e PSDB / Valter Campanato/ Agência Brasil

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2017 às 06h41.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h48.

Dois anos e meio depois da abertura da ação, o julgamento que pode cassar o mandato do presidente Michel Temer começa nesta terça-feira no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O processo traz provas documentais, depoimentos, argumentos da acusação, defesa e Ministério Público sobre a suspeita de que a chapa formada por Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para vencer as eleições de 2014. Os ministros vão decidir se há indícios suficientes para cassar ou não o atual presidente e tornar inelegível a ex-presidente. Mas o detalhe que pode ser decisivo não está nos documentos: por mais contundentes que sejam as acusações e provas, não interessa a ninguém em Brasília que Michel Temer seja deposto.

Ontem, o presidente do TSE, Gilmar Mendes, afirmou que a Corte costuma ser muito cautelosa nesse tipo de julgamento, e que vai analisar toda a complexidade do tema. Ou seja, reforçou a tese que ganhou força nas últimas semanas de que a estabilidade política pesará na decisão. A tendência é que tanto defesa quanto acusação entrem com pedidos de mais tempo para analisar o processo. Os ministros do Tribunal também podem pedir vistas, adiando a decisão indefinidamente.

Nem mesmo o PSDB, que protocolou a ação contra a chapa Dilma-Temer, está interessado numa conclusão célere, muito menos numa cassação do presidente. Em entrevista à rádio CBN, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta segunda que uma eleição indireta para substituir Temer geraria “mais confusão”. A prioridade do PSDB, aliado de Temer, é reavivar a economia e se cacifar para 2018.

A deposição de Temer tampouco interessa ao PT. A cassação da chapa significaria o bloqueio dos direitos políticos de Dilma, uma mancha maior no estigma de corrupção do partido e não lhe daria tempo de recompor as bases para uma eleição indireta, complicando o projeto de voltar ao poder em 2018. Para o PMDB, evidentemente, a cassação de Temer seria um duríssimo golpe. O julgamento começa às 9h, e tem transmissão da TV Justiça.

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