Brasil

A bancada evangélica é importante para o Brasil, diz Bolsonaro

O presidente eleito negou que tenha sofrido pressão de evangélicos para a definição do ministro de Educação, anunciado nesta semana

Bolsonaro: negou que teve pressão de evangélicos na escolha do ministro da Educação (Cleia Viana/Agência Câmara)

Bolsonaro: negou que teve pressão de evangélicos na escolha do ministro da Educação (Cleia Viana/Agência Câmara)

R

Reuters

Publicado em 24 de novembro de 2018 às 13h16.

Última atualização em 24 de novembro de 2018 às 13h18.

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse neste sábado que não tem pressa para fechar seu ministeriado, embora tenha manifestado que já gostaria de ter definido todos os nomes.

Bolsonaro, que não deu prazo para a escolha de todos os ministros, negou que tenha sofrido pressão de evangélicos para a definição do ministro de Educação, anunciado nesta semana.

"Já queria ter fechado o ministério, mas isso é como casar. Você pode namorar muitas, mas noivar e casar só com uma", disse ele a jornalistas, depois de participar de uma cerimônia militar na zona oeste do Rio de Janeiro.

Segundo ele, para fechar o ministeriado, "falta a gente conversar melhor com aqueles que a gente pretende colocar nesses ministérios".

Os nomes para muitos ministérios já foram definidos. Mas falta, por exemplo, saber quem comandará o Ministério de Minas e Energia, estratégico em um país como o Brasil, grande exportador de commodities.

"Todos os ministérios são importantes e precisam ser muito bem discutidos, e a gente não pretende anunciar nome e depois trocar", completou o presidente eleito.

Esta semana, houve polêmica em torno da escolha do ministro da Educação, depois de uma suposta pressão da bancada evangélica.

Bolsonaro escolheu Ricardo Vélez Rodríguez, após a bancada religiosa ter supostamente vetado o nome de Mozart Neves, diretor do Instituto Ayrton Senna.

O presidente eleito negou a pressão dos evangélicos na definição do ministro, mas destacou a importância do segmento religioso para seu governo e para o país.

"Não teve pressão nenhuma (da bancada evangélica). Várias pessoas me procuram, são indicadas, eu converso com todo mundo e, como vocês dizem na imprensa, 'comeram barriga'. Citaram um nome que não tinha sequer anunciado", afirmou ele.

"A bancada evangélica é importante, não é para mim, é para o Brasil... A pessoa indicada não é evangélica, mas atende aquilo que a bancada evangélica defende como os princípios, valores familiares, respeito a criança... formar alguém que seja útil para o Brasil e não para o seu partido", complementou.

Rodríguez, escolhido para ministro da Educação, é um defensor da Escola sem Partido, e foi indicado ao presidente eleito pelo filósofo Olavo de Carvalho --que também emplacou Eugênio Araújo no Ministério das Relações Exteriores.

VENEZUELA

Sobre a entrada de venezuelanos em Roraima, para fugir da crise econômica no país vizinho, o presidente eleito disse que é preciso buscar uma solução conjunta para os imigrantes.

Segundo ele, os venezuelanos não podem ser devolvidos ao seu país "porque não são mercadorias".

Bolsonaro cogitou a possibilidade de criação de campo de refugiados em Roraima e defendeu um rígido controle na entradas dos venezuelanos, "porque tem gente que não queremos no Brasil".

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCongressoEvangélicosGoverno BolsonaroMEC – Ministério da EducaçãoMinistério de Minas e Energia

Mais de Brasil

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdemar