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94,7% dos voluntários da vacina chinesa não tiveram efeitos colaterais

Com a previsão de concluir a fase de testes em outubro, o governo de São Paulo quer começar a vacinação já em dezembro

Vacina contra coronavírus na China (Agence France-Presse/AFP)

Vacina contra coronavírus na China (Agence France-Presse/AFP)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 23 de setembro de 2020 às 13h34.

Última atualização em 23 de setembro de 2020 às 14h26.

O governo de São Paulo apresentou, nesta quarta-feira, 23, dados da fase de testes da vacina do laboratório chinês Sinovac contra a covid-19, que é desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan.

Segundo o estudo, dos 50 mil voluntários na China, 94,7% não tiveram efeitos colaterais. Na parcela que apresentou alguma reação, a maior parte foi de apenas uma dor no local da aplicação (3,08%). Os sintomas mais graves foram fadiga (1,53%) e febre (0,21%), o que era esperado pelos pesquisadores.

Os resultados preliminares mostraram ainda que a vacina tem uma eficácia de 98%. O dado é similar ao já visto em grupos específicos de voluntários, como o de idosos.

Os estudos mostram que a eficácia da vacina é de 98%.

"Não estamos numa corrida pela vacina, mas pela vida. Quanto mais vacinas, mais brasileiros serão salvos. Os estudos na China mostram eficiência de 98% da Coronavac entre os testados por lá. Reconfirmo que o primeiro lote, de 5 milhões de doses, chega ao Butantan em outubro e serão aplicadas em São Paulo”, disse o governador João Doria em entrevista coletiva nesta quarta-feira.

No Brasil, 9.000 voluntários participam da fase de testes em seis estados brasileiros. Se o cronograma do governo São Paulo se mantiver, a expectativa é que este processo vá até outubro. Com a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a imunização poderia começar em dezembro, como já anunciado por Doria.

A previsão é de que os 46 milhões de habitantes de São Paulo serão vacinados contra a covid-19 até fevereiro de 2021. Até lá, o estado deve ter um total de 60 milhões de doses.

"A tecnologia usada nessa vacina é muito tradicional, que há muitos anos tem sua segurança comprovada. Temos confiança que o teste de fase 3 terá um bom resultado, e enfrentará um prazo curto para conseguir o registro na Anvisa", disse Xing Han, chefe representante da Sinovac para a América Latina.

Fábrica no Brasil

Além da importação, São Paulo vai construir uma fábrica com capacidade de produzir 120 milhões de doses da vacina . De acordo com a previsão feita pelo governo de São Paulo, as obras serão iniciadas em novembro deste ano e o projeto executivo já foi contratado.

Parte do investimento — 160 milhões de reais — vem da iniciativa privada. Outra parte do dinheiro, no valor de 80 milhões de reais, foi prometida pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira.

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