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Mais de 8 milhões de brasileiros gastam mais de 1 hora para chegar ao trabalho, diz Censo

Censo do IBGE aponta que deslocamentos longos atingem principalmente homens e população de baixa renda nas grandes cidades brasileiras

Mulheres têm maior proporção nos deslocamentos mais curtos, com 11,1% levando até cinco minutos. (Roberto Parizotti/Fotos Públicas)

Mulheres têm maior proporção nos deslocamentos mais curtos, com 11,1% levando até cinco minutos. (Roberto Parizotti/Fotos Públicas)

Luanda Moraes
Luanda Moraes

Colaboradora

Publicado em 9 de outubro de 2025 às 10h00.

Última atualização em 9 de outubro de 2025 às 11h29.

O Censo Demográfico 2022: Deslocamentos para trabalho e estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 9, revela que 8,7 milhões de brasileiros levam mais de uma hora no deslocamento entre casa e trabalho. Desses, 1,3 milhão passa mais de duas horas no trajeto.

Para o levantamento, o IBGE registrou 71,2 milhões de pessoas que se deslocavam de casa até o local de trabalho, considerando apenas quem trabalha fora do domicílio e retorna três dias ou mais na semana.

Maioria chega em até meia hora

Apesar dos números de deslocamentos longos serem chamativos, a maioria dos trabalhadores brasileiros ainda leva um tempo considerado curto ou médio no trajeto.

Segundo o Censo, são cerca de 40,1 milhões de pessoas que gastam entre seis minutos e meia hora.

Dessa forma, a distribuição por tempo de deslocamento fica:

  • Até 5 minutos: 10,3% (7,3 milhões)
  • De 6 minutos a 30 minutos: 56,3% (40,1 milhões)
  • Mais de 30 minutos a 1 hora: 20,3% (14,5 milhões)
  • Mais de 1 hora a 2 horas: 10,4% (7,4 milhões)
  • Mais de 2 horas: 1,8% (1,3 milhão)

Homens passam mais tempo no trânsito

Na mesma amostra, o IBGE realizou a análise por recorte de gênero. Dessa maneira, foi apontado que mulheres têm maior proporção nos deslocamentos mais curtos, com 11,1% levando até cinco minutos e 56,6% na faixa de seis a trinta minutos.

Do outro lado, no entanto, os homens se destacam nos trajetos mais longos. Na faixa acima de duas horas, eles representam 2,1%, enquanto as mulheres ficam em 1,3%. Em números absolutos, são 857 mil homens contra 402 mil mulheres nessa situação.

Renda influencia o tempo de deslocamento

O estudo também apontou uma relação direta entre rendimento e o tempo no trânsito. Quem ganha mais tende a morar mais próximo do trabalho ou tem acesso a meios de transporte mais rápidos.

Assim, entre quem ganha até meio salário mínimo, 2,2% leva mais de duas horas para chegar ao trabalho. Já entre quem ganha acima de cinco salários mínimos, esse percentual cai para 1,3%.

Quando o assunto é raça, os dados também evidenciam desigualdades. A população branca tem a maior participação nos deslocamentos curtos, com 58,5% levando de seis a trinta minutos. Já a população preta apresenta maior proporção nos trajetos longos, com 13,9% levando entre uma e duas horas.

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