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8 de janeiro: PF mira deputado em nova fase da Operação Lesa Pátria

Agentes cumprem mandados de busca e apreensão em endereços de Goiânia e Piracanjuba

Deputado Amauri Ribeiro (União Brasil-GO), ex-prefeito de Piracanjuba (Maykon Cardoso/Assembleia Legislativa de Goiás/Divulgação)

Deputado Amauri Ribeiro (União Brasil-GO), ex-prefeito de Piracanjuba (Maykon Cardoso/Assembleia Legislativa de Goiás/Divulgação)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 29 de agosto de 2023 às 09h22.

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira, 29, a 15ª fase da Operação Lesa Pátria, que apura a incitação, a participação e o financiamento dos atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. De acordo com a PF, agentes estão nas ruas para cumprir dois mandados de busca e apreensão no estado de Goiás, nas cidades de Goiânia e Piracanjuba.

O alvo da ação é um parlamentar estadual, cuja identidade não foi divulgada oficial, até o momento. Segundo o g1 e o Uol Notícias, trata-se do deputado Amauri Ribeiro (União Brasil-GO), ex-prefeito de Piracanjuba. Os mandados foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Ainda segundo a PF, os fatos investigados na operação constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo.

'Eu também deveria estar preso', disse deputado e ex-prefeito

Em junho, o deputado estadual de Goiás Amauri Ribeiro (União Brasil-GO) reconheceu que havia ajudado a financiar acampamentos golpistas e afirmou que também deveria estar preso. A declaração durante discurso na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), no qual o parlamentar defendeu a liberdade do coronel Benito Franco, preso pela PF em abril, durante operação que investigava atos golpistas. O militar comandou a Rotam entre janeiro de 2019 e agosto de 2021. Amauri Ribeiro é ex-prefeito de Piracanjuba.

— A prisão do coronel Franco é um tapa na cara de cada cidadão de bem neste estado. Foi preso sem motivo algum, sem ter feito nada. Eu também deveria estar preso. Eu ajudei a bancar quem estava lá. Pode me prender, eu sou um bandido, eu sou um terrorista, eu sou um canalha, na visão de vocês. Eu ajudei, levei comida, levei água e dei dinheiro — afirmou o parlamentar.

Ainda em sua fala, Amauri defendeu o financiamento aos acampamentos montados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro próximos a unidades militares em diversos estados do país para contestar o resultado da eleição.

— Respondendo à sua pergunta, o dinheiro não veio de fora. Veio de gente que acredita nesta nação — afirmou o parlamentar, ao se dirigir ao também deputado estadual Mauro Rubem (PT-GO).

Com a repercussão das declarações, o parlamentar recuou: "Não seria idiota", disse ele.

Polêmicas

Em 2019, Amauri viralizou nas redes sociais por tomar posse com a mulher sentada no seu colo. Envolvido em controvérsias desde quando era apenas um anônimo comerciante em Piracanjuba, município com 25 mil habitantes, a 87 quilômetros de Goiânia, ele acumula em sua biografia episódios polêmicos.

Quando era vereador, partiu para cima de um colega da oposição que tinha deficiência física porque discordou de sua fala, que denunciava funcionários-fantasmas na prefeitura. Em outra ocasião, agrediu um homem numa obra, quando soube que a “peãozada” não estava recebendo. No meio do mandato de prefeito, deu uma surra na filha de 16 anos — que denunciou o caso à polícia — ao flagrar no celular fotos íntimas dela com um namorado, para “garantir os bons costumes”. O caso foi parar em todos os jornais da região.

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