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78% dos brasileiros defendem o fim do foro privilegiado, revela pesquisa

De acordo com a organização Avaaz, 12% dos entrevistados acreditam que o foro privilegiado deve ser mantido, enquanto 10% não souberam opinar

Foro: nesta quarta-feira, o STF retoma o julgamento do foro privilegiado (Ueslei Marcelino/Reuters)

Foro: nesta quarta-feira, o STF retoma o julgamento do foro privilegiado (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de maio de 2018 às 12h49.

Última atualização em 2 de maio de 2018 às 12h58.

Uma pesquisa da organização não governamental Avaaz divulgada pelo Ibope nesta quarta-feira, 2, aponta que 78% dos brasileiros são a favor do fim do foro privilegiado. A entidade ouviu mil pessoas de todo o Brasil entre os dias 23 e 25 abril.

Ainda de acordo com a pesquisa, 12% dos entrevistados acreditam que o foro privilegiado deve ser mantido, enquanto 10% não souberam opinar. Além disso, 77% dos consultados acreditam que acabar com o foro ajuda a combater a impunidade no País.

Segundo Diego Casaes, coordenador da Avaaz, o levantamento revela a intolerância da sociedade com a corrupção e os privilégios.

"Notamos que a população está cansada de observar esse tipo de proteção sendo oferecida a quem comete crimes. Isso é reflexo das recentes investigações da polícia e dos escândalos políticos que vimos nos últimos anos", opinou.

Julgamento

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar na sessão plenária desta quarta-feira o julgamento sobre o foro privilegiado. A tendência é a de que prevaleça o entendimento defendido pelo ministro Luís Roberto Barroso, de que os políticos só terão direito ao foro privilegiado se o crime do qual forem acusados tiver sido cometido no exercício do mandato e for relacionado ao cargo que ocupam.

Para Diego Casaes, a mudança é um passo importante no combate à corrupção no Brasil. "Ainda temos de analisar como isso será aplicado, assim como não sabemos o alcance das mudanças, caso ocorram. Mas pela pesquisa vemos que a expectativa da população também é de que a Justiça torne-se mais eficiente a partir daí, desafogando o STF."

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