Brasil

Auxílio emergencial: 71% dos beneficiados usaram para comprar comida

Mais recente pesquisa EXAME/IDEIA traz dados sobre como os beneficiados pela nova rodada do auxílio estão usando os recursos. Expectativa de grande parte da população é que a ajuda seja paga até dezembro

Supermercado em São Paulo: maioria dos que receberam auxiílio emergencial usou o dinheiro para comprar alimentos (Paulo Whitaker/Reuters)

Supermercado em São Paulo: maioria dos que receberam auxiílio emergencial usou o dinheiro para comprar alimentos (Paulo Whitaker/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 8 de maio de 2021 às 08h30.

Última atualização em 8 de maio de 2021 às 12h08.

No mês de abril, 68% dos brasileiros tiveram perda de renda, em decorrência dos aumentos de casos, mortes e internações pela covid-19. Foi também no último mês que o governo federal liberou a primeira parcela do auxílio emergencial a 45 milhões de brasileiros. Entre os que voltaram o benefício neste ano, 71% afirmaram que o dinheiro foi usado para comprar itens de alimentação, e 26% para o pagamento de dívidas.

Os dados são da mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Invest Pro, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento ouviu 1.230 pessoas entre os dias 4 e 5 de maio. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Clique aqui para ter acesso ao relatório completo da pesquisa.

A situação é ainda pior para os jovens, de 18 a 24 anos. Nesta parcela da população, 74% usaram o auxílio emergencial para comprar comida. Entre aqueles que fazem parte das classes D e E, somam 77% os brasileiros que receberam o dinheiro e foram aos supermercados.

(Arte/Exame)

“Esses números corroboram a importância do auxílio para manter as pessoas em casa, com o mínimo de condições de sobrevivência. Há uma grande expectativa de que o auxílio só termine em dezembro. Somente 18% acham que o auxílio terminará em julho, como é previsto pelo governo. Então,  tem um potencial de perda de popularidade se as expectativas da população não se concretizarem”, diz Maurício Moura, fundador do IDEIA, instituto de pesquisa.

A piora da pandemia também impactou a economia no hábito dos consumidores. O levantamento EXAME/IDEIA mostra que 77% dos brasileiros mudaram de comportamento nas últimas semanas. E para 35%, deixar de frequentar shoppings e comércio foi a principal alteração. Outros 14% relatam que pararam de ir a restaurantes.

Desaprovação de Bolsonaro continua alta

O pagamento do auxílio emergencial costuma ter um efeito de melhorar a imagem do trabalho do presidente Jair Bolsonaro. Mas ao contrário de 2020, quando a concessão do benefício foi rapidamente capturada pela avaliação de desempenho, o movimento não se repetiu ainda este ano.

A desaprovação continua alta, com 52%, sendo a segunda pior desde o começo do governo. A aprovação é de 24%, e os que nem aprovam nem desaprovam somam 22%. Em relação à quinzena anterior, os três percentuais variaram dentro da margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.


O podcast EXAME Política vai ao ar todas as sextas-feiras. Clique aqui para ver o canal no Spotify, ou siga em sua plataforma de áudio preferida, e não deixe de acompanhar os próximos programas.

Acompanhe tudo sobre:Auxílio emergencialCoronavírusEXAME/IDEIAJair BolsonaroPandemia

Mais de Brasil

Trama golpista: ex-comandantes de Exército e Aeronáutica e Valdemar prestam depoimentos no STF

Câmara aprovada incentivos fiscais para patrocínios ou doações esportivos de forma definitiva

Comissão da Câmara deve votar PEC da Segurança Pública

PGR pede condenação de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado