Greve: privatização da Cedae é uma das exigências do governo federal para socorro financeiro ao estado do Rio (Divulgação/Cedae)
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 14h56.
Rio - Cerca de 70% dos funcionários da Cedae, a estatal fluminense que opera o serviço de água e esgoto na região metropolitana do Rio, começaram uma greve nesta terça-feira, 7, contra a privatização da empresa, informou o sindicato da categoria, o Sintsama-RJ. O movimento vai até quinta-feira, quando a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) começara a apreciar o projeto de lei que autoriza a privatização.
Segundo Flavio Guedes, presidente do Conselho Fiscal do Sintsama-RJ, com 30% do total de empregados trabalhando, não há riscos de a greve causar problemas para o abastecimento de água na região metropolitana do Rio, incluindo a capital. Segundo o sindicato, a Cedae tem 5,8 mil empregados.
A venda da Cedae, dada em garantia de um empréstimo de R$ 3,5 bilhões a ser avalizado pela União, é uma das exigências do governo federal, em contrapartida ao plano de recuperação fiscal assinado com o governador Luiz Fernando Pezão.
De acordo com Guedes, o Sintsama-RJ é contrário à privatização da Cedae porque a estatal é lucrativa. "As privatizações não deram certo", disse Guedes, referindo-se a serviços públicos do Rio, como os trens urbanos, operados pela Supervia, concessionária controlada pela Odebrecht Transport, e o transporte de barcas na Baía de Guanabara, operada pela Barcas S.A., da CCR. "No mundo inteiro, a privatização de saneamento dá errado", completou Guedes.
Além da privatização da Cedae, as contrapartidas mais importantes exigidas pelo governo federal são a elevação da contribuição previdenciária dos servidores públicos e o congelamento de reajustes salariais.
Com a aprovação do pacote, o Estado do Rio estará apto para o plano de recuperação, que garantirá um alívio de quase R$ 32 bilhões entre suspensão de dívidas e novos financiamentos, de 2017 a 2019.