LDO: Com a aprovação do texto, o próximo passo será a votação no plenário do Congresso antes do recesso parlamentar, que começa no dia 17 de julho (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Fabiane Stefano
Publicado em 11 de junho de 2021 às 11h28.
Última atualização em 12 de junho de 2021 às 15h17.
O atraso nas regras tributárias no Brasil é apontado como um dos principais entraves para a economia brasileira. E, por isso, a pauta é considerada prioritária há anos por economistas e políticos de diferentes partidos. No Congresso, a expectativa de avanço da agenda é grande: 68% dos líderes no Congresso acreditam que a reforma tributária deve ser aprovada ainda neste ano, de acordo com a pesquisa Necton/Vector Barômetro Congresso Nacional.
“Há uma disposição inequívoca para a aprovação da reforma tributária ainda em 2021, mesmo na oposição, e uma predileção pela realização de um movimento mais amplo. Mas a ausência de uma proposta oficial do governo impede que o sentimento pró reforma se materialize na aprovação de uma lei”, diz o cientista político Leonardo Barreto, da Vector.
Em relação à reforma administrativa, outra pauta prioritária para a modernização do Estado brasileiro, quase 59% não acham que haja condições da reforma administrativa passar em 2021. O levantamento da Necton/Vector é realizado no Congresso com líderes e vice-líderes dos partidos, totalizando 48 parlamentares.
Governo federal pressionado
Para André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, o custo político para o Planalto se eleva em duas frentes. "De um lado a pandemia tem cobrado alto na popularidade do presidente e pesquisas recentes feitas junto à população mostram que a rejeição ao presidente tem aumentado e sua popularidade tem caído”, diz Perfeito.
A pesquisa EXAME/IDEIA divulgada nesta sexta-feira, 11, mostra que a desaprovação de Bolsonaro segue em patamar recorde desde março: 49% dos brasileiros avaliam o governo do presidente como ruim ou péssimo.
Isso tem impacto na disposição do Congresso em relação à agenda econômica do governo: quase metade dos líderes do Congresso 49% discorda da agenda econômica do governo do presidente Jair Bolsonaro.
O indicador mostra uma reversão da disposição dos parlamentares em relação as propostas do governo na economia: no último levantamento, em fevereiro, a fatia dos que discordavam era de 22,8% --- agora é de 49,1%. Já os que que concordam com a pauta econômica de Bolsonaro, que representavam 70,4% em fevereiro, somam 45,2% em junho.
“Este é um custo difuso, afinal a classe política não gosta de se associar com um projeto que desagrade a população por motivos óbvios, mas estando ainda o pleito de 2022 muito longe este custo pode ser em alguma medida administrado, mas dificilmente agora poderá vir desta frente algum bônus para o Planalto.”
CPI da Covid-19
A pesquisa Necton/Vector também perguntou aos parlamentares sobre o potencial perigo da CPI da Covid-19, que investiga no Senado as ações do governo federal na pandemia, para o mandato do presidente Bolsonaro.
Para a maioria a expectativa não é alta: 56% dos líderes ouvidos deram notas de 4 a 7 para o possível impacto - patamar verificado, inclusive, entre parlamentares da oposição, que representam 42% da amostra.
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