Brasil

66% dos brasileiros querem voltar às atividades culturais, diz pesquisa

Pesquisa mostra que há uma intenção maior do retorno às atividades entre os solteiros e pessoas sem filhos

Pesquisa entrevistou 1.521 pessoas entre 16 e 65 anos de todas as classes econômicas e regiões do Brasil (Ludvig Omholt/Getty Images)

Pesquisa entrevistou 1.521 pessoas entre 16 e 65 anos de todas as classes econômicas e regiões do Brasil (Ludvig Omholt/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de outubro de 2020 às 18h35.

Última atualização em 8 de outubro de 2020 às 18h52.

Uma pesquisa feita em parceria entre o Itaú Cultural e o Instituto Datafolha apontou que 66% dos brasileiros querem fazer alguma atividade cultural após a flexibilização das atividades do setor. Há uma intenção maior do retorno às atividades entre os solteiros e pessoas sem filhos e os cinemas, shows, atividades infantis, biblioteca e centros culturais estão, nesta ordem, nos primeiros lugares da lista de intenção de retomada.

A pesquisa foi feita por telefone com 1.521 pessoas com idades entre 16 e 65 anos e abrangeu todas as classes econômicas e regiões do país, sendo 42% do total moradores das regiões metropolitanas e 58% de cidades do interior. O índice de 66% da população com a intenção de participar de pelo menos uma atividade do gênero nos próximos meses é maior do que os 52% que declararam ter participado de pelo menos uma atividade cultural nos últimos 12 meses.

O interesse na retomada da agenda cultural se mostrou mais intenso entre os indivíduos de 25 a 34 anos (74%) e entre os jovens de 16 a 24 anos. Nesta faixa, 71% planejam voltar às atividades. O índice é menor no segmento de adultos com idades entre 35 a 44 anos (61%) e respondentes de 45 a 65 anos (60%).

Quem não tem filhos mostra mais interesse na retomada cultural (73%) do que o grupo dos que declaram ser pais (62%). Os solteiros com vontade de voltar às atividades (70%) é maior do que o grupo dos casados (61%). As queixas também vieram. As pessoas sentiram mais falta de cinema (30%) e de shows musicais (24%). Mas, em compensação, eram essas também as atividades mais realizadas em tempos sem pandemia. Sobre os prejuízos maiores de um mundo sem cultura, elas falam em entretenimento e diversão (38%), interação entre as pessoas (20%), lazer em família (12%) e encontrar amigos (8%). Há ainda os que sentem falta de ampliar os conhecimentos (6%) e os pais querendo a volta das atividades infantis (3%).

A retomada das ações presenciais poderá tirar a força dos projetos online? “Temos de expandir a capacidade do uso computacional. Não é só transmitir um show pela internet. É usar esse mundo da web para desenvolver atividades conjuntas com o mundo presencial. Como uma câmera vai para dentro do palco? Como fazer com que pessoas deficientes tenham acesso também pelo mundo computacional?”, diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural durante uma reunião virtual para apresentar o projeto aos jornalistas.

O cinema é a atividade com a maior demanda para uma reabertura. Seu consumo reponde às vontades de 44% de intenção no total da amostra. Uma parcela de 58% dos entrevistados foi ao cinema nos últimos 12 meses. Uma regra vale para todos os casos: os entrevistados que informaram ter realizado alguma atividade nos últimos 12 meses são também os que mais manifestaram intenção de voltar a frequentar tal atividade, com destaque para saraus, bibliotecas, circo, dança, teatro e centros culturais.

Insegurança

O medo do contágio também é exposto na pesquisa. Exatos 39% dos entrevistados que indicaram pelo menos uma atividade que pretendem realizar após a reabertura informam que poderiam realizá-la em locais fechados. Mas 84% dos respondentes só voltariam a consumir cultura se ela ocorressem em locais abertos. De todos os pesquisados, 17% afirmam que só se sentirão seguros depois da descoberta de uma vacina.

Outro reflexo interessante indica uma regionalização do consumo cultural, o que viria a ser uma mudança pontual de um novo comportamento. O percentual de entrevistados que pretendem realizar atividades culturais no próprio bairro sem uso de transporte (e isso inclui o próprio carro), um dado aferido em 28% antes da pandemia, subiu para 47%. Maior do que os 44% que garantem ir a outros bairros com a reabertura.

E como deve ser o espaço cultural para que uma pessoa volte a ter a confiança de sair de casa? O aferimento não se deteve com mais cuidado a essa pergunta, perdendo uma chance importante de informar aos empresários do setor o que eles precisam fazer para reconquistar seu público além do óbvio álcool em gel e mesinhas distantes, mas trouxe dados. A obrigatoriedade dos lugares em oferecer primeiro a possibilidade do distanciamento social, a obrigatoriedade no uso de máscara e a disposição de equipamentos para de higienização, sobretudo álcool em gel, são os primeiros. Limpeza e higienização dos ambientes constantemente é um cuidado obrigatório citado por 91% dos entrevistados. A arquitetura remodelada para a ampliação e ventilação dos lugares é lembrada por 79%. E horários agendados é um desejo de 63%.

Acompanhe tudo sobre:CinemaCoronavírusCulturaTeatro

Mais de Brasil

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas