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Datafolha: 52% dos brasileiros dizem conhecer alguém que contraiu covid-19

Em três meses de circulação do coronavírus no Brasil, que já infectou 500.000 pessoas e matou 30.000, cresceu também o temor à doença, mostra o Datafolha

Coronavírus: Entre os entrevistados, 89% avaliam que a decisão de liberar a cloroquina, mesmo sem recomendações científicas, deve ser tomada por médicos (Amanda Perobelli/Reuters)

Coronavírus: Entre os entrevistados, 89% avaliam que a decisão de liberar a cloroquina, mesmo sem recomendações científicas, deve ser tomada por médicos (Amanda Perobelli/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 2 de junho de 2020 às 08h41.

Última atualização em 2 de junho de 2020 às 08h43.

Na semana em que o Brasil atingiu a marca de 500.000 infectados e beira as 30.000 vítimas do novo coronavírus, uma nova pesquisa do Datafolha divulgada nesta terça-feira, 2, mostra que 52% da população diz conhecer alguém que contraiu a doença.

Segundo os dados, os entrevistados afirmaram que o infectado é, na maioria das vezes, um conhecido (37%) ou um amigo próximo (24%), seguido por colega de trabalho (13%), vizinho (13%), um parente (16%) e morador da casa (5%).

Ao todo, 5% dos entrevistados relataram já ter contraído o vírus (2% afirmaram ter feito teste, e 3%, disseram que não fizeram).

A pesquisa mostra, ainda, que nesses três meses em que a covid-19 circula no Brasil se intensificou o temor da população em relação ao vírus.

Em 18 de março, 36% dos entrevistados disseram ter muito medo da doença e 38% afirmara ter pouco medo. Nesta pesquisa atual, 45% temem muito o novo coronavírus e 34% temem um pouco.

Dizem sentir muito medo, acima da média, as mulheres (51% delas), pessoas mais pobres (50% das com renda de até dois salários mínimos) e quem rejeita o governo Bolsonaro (62%).

O Datafolha mostra ainda que a maioria da população se opõe à pressão de políticos para o uso da cloroquina contra a covid-19, bandeira defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, que virou uma recomendação do Ministério da Saúde.

Entre os entrevistados, 89% avaliam que é uma decisão que deve ser tomada por médicos. A pressão para liberar o uso do medicamento, mesmo sem comprovação científica, foi a gota d'água para a permanência de Nelson Teich à frente da pasta. Faz 18 dias, que o Brasil está sem ministro titular na Saúde.

O instituto ouviu 2.069 brasileiros de todas as regiões do Brasil, por telefone, nos dias 25 e 26 de maio. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

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