Pobreza: queda na renda fez a proporção de vulneráveis aumentar (AFP/Getty Images)
Luiza Calegari
Publicado em 19 de agosto de 2017 às 06h30.
Última atualização em 19 de agosto de 2017 às 06h30.
São Paulo – Pelo menos durante sua primeira fase, a crise econômica brasileira se restringiu a um único aspecto: a própria economia. Em 2014, quando a economia começava a patinar, os índices de qualidade de vida ainda estavam melhorando.
No ano seguinte, os indicadores educacionais e os de longevidade melhoraram, mas a situação financeira do brasileiro piorou, segundo dados do Ipea divulgados nesta semana.
O Radar IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), indicador montado pelo Ipea com base em dados da Pnad, do IBGE, permaneceu estável entre 2014 e 2015, em 0,761.
O IDHM varia de 0 a 1, e quanto mais próximo de 0, pior é a situação; quanto mais próximo de 1, melhor.
O índice é montado com base em três variáveis: longevidade (que considera a expectativa de vida e a mortalidade infantil; fechou 2015 em 0,841); educação (formado pelo índice de escolaridade e média de frequência escolar, que fechou em 0,713); e renda (a renda média per capita, porcentagem de vulneráveis e índice Gini, que resultou numa média de 0,729).
No gráfico abaixo, é possível notar as tendências dos indicadores nos primeiros cinco anos da década, de 2010 a 2015.
A renda média, que chegou a um pico de R$ 803,36 em 2014, recuou para níveis parecidos com os de 2012 no primeiro ano da crise, ficando em R$ 746,84.
Em 2015, com a queda na renda, a proporção de vulneráveis subiu de 22,1% em 2014 para 24,3% em 2015, o primeiro aumento desde 2011.