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2º turno se discute no 2º turno, defende Marina

Candidata do PSB disse que não rebate protestos e prefere sofrer uma injustiça a cometer uma

Marina Silva e Beto Albuquerque são recebidos por José Ivo Sartori, em Porto Alegre (Luiz Chaves/Sartori 15/Divulgação)

Marina Silva e Beto Albuquerque são recebidos por José Ivo Sartori, em Porto Alegre (Luiz Chaves/Sartori 15/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2014 às 20h24.

Esteio, RS - A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira que não rebate protestos e prefere sofrer uma injustiça a cometer uma.

Durante sua visita à Expointer, hoje, na região metropolitana de Porto Alegre, um pequeno grupo de pessoas a chamou de "homofóbica" e "fundamentalista", levando um cartaz com uma frase em defesa dos direitos dos homossexuais.

A ex-senadora tem sido alvo de críticas de grupos LGBT após ter feito mudanças em seu programa de governo no trecho que trata do casamento gay, voltando atrás na defesa de alguns pontos.

"Eu quero fazer esta campanha com o espírito do esforço que está sendo feito pelos brasileiros, até para honrá-los. Os brasileiros querem unir o Brasil, e eu tenho repetido que quero oferecer a outra face. Para a face da incompreensão, a compreensão. Para a face de algumas mentiras que estão sendo ditas contra mim, a verdade", contou.

Perguntada sobre as mentiras que estariam sendo ditas, ela citou a continuidade do Bolsa Família. "Tem uma (mentira) que está sendo espalhada no Brasil inteiro de que se nós ganharmos o governo vamos acabar com o Bolsa Família."

A candidata reiterou que, se eleita, pretende manter e aperfeiçoar as conquistas do PT e do PSDB.

Ela afirmou que criará "programas sociais de terceira geração", que combinam iniciativas de transferência de renda com os meios para que as pessoas possam desenvolver suas potencialidades.

Segundo turno

Ao ser questionada sobre uma possível aliança com Aécio Neves (PSDB) para vencer Dilma Rousseff (PT) no segundo turno, Marina disse que tem respeito por todos os candidatos e que é precipitado falar agora em alianças.

"Em 2010 quando vocês me perguntavam quem eu apoiaria, eu dizia que segundo turno a gente discute no segundo turno. Numa democracia, num sistema eleitoral em que se tem os dois turnos, é bom que haja várias candidaturas", falou.

Marina também revelou que não tem intenção de desconstituir nenhuma das candidaturas porque entende que todas são legítimas.

"Estamos fazendo esforço grande para que seja um debate e não um embate. Estamos assumindo no nosso programa de governo que não vamos fazer nenhum tipo de ataques pessoais, não vamos trabalhar com desconstrução dos demais candidatos", avaliou.

"Queremos fazer campanha correta discutindo ideias, acho até que podemos lançar uma campanha de limpeza da campanha, para que não haja esses ataques na internet."

Confiança

Marina também voltou a criticar a política econômica do atual governo.

"Hoje uma boa parte dos investidores não está fazendo investimentos por falta de confiança, quando observam que os preços administrados estão sendo artificialmente controlados, mascarando a inflação, quando percebem que nós temos uma política de juros que havia um compromisso da presidente de reduzi-los e está cada vez aumentando", afirmou.

Ela falou que não há eficiência no gasto público, comprometendo a responsabilidade fiscal. "Isso faz com que a gente tenha sim baixo crescimento, porque vira um ciclo vicioso", revelou.

"Queremos fazer o Brasil voltar a crescer com investimentos estratégicos em infraestrutura, tanto para geração de energia como para transporte."

A candidata também defendeu as parcerias público-privadas (PPPs) e disse que o governo de Dilma Rousseff passou a considerá-las e fazê-las tardiamente.

Metas

Marina ainda minimizou as críticas de seus adversários, que alegam que seu programa de governo criaria R$ 150 bilhões de metas sociais em quatro anos, as quais seriam impossíveis de viabilizar.

"Fico feliz que leiam meu programa. Gostaria de fazer o mesmo com os deles", disse, lembrando que Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) ainda não apresentaram seus planos de governo.

Segundo ela, por ainda não ter apresentado propostas concretas à população, eles estão defendendo a tese do "não é possível".

A ex-senadora disse que só a redução de 1 ponto porcentual da taxa básica de juros garantiria R$ 25 bilhões para serem investidos.

Além disso, afirmou que, se eleita, criará um conselho de responsabilidade fiscal para fazer os ajustes necessários na economia ao longo dos próximos quatro anos.

Após cumprir agenda em Porto Alegre e na região metropolitana, ela seguiu para Caxias do Sul, na serra gaúcha, onde terá mais um ato de campanha na noite de hoje. Amanhã pela manhã ela segue para São Paulo.

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