São Paulo — A presidente
Dilma Rousseff foi afastada do cargo na manhã desta quinta-feira depois que o
Senado Federal admitiu a admissibilidade do processo de impeachment. O vice-presidente
Michel Temer (PMDB) assume interinamente a Presidência pelo período em que Dilma será julgada no Senado. Se for responsabilizada, a petista perde o cargo em definitivo.
24 horas de agonia A quarta-feira (11) começou cedo para a presidente, que trocou a já tradicional volta de bicicleta pela caminhada. O dia foi cheio de compromissos, certamente, pouco desejados pela petista. Dilma escreveu discursos, gravou um vídeo para as redes sociais e recolheu fotos dos netos e os livros que ainda estavam em seu gabinete. No Senado, a sessão que decidiria o futuro da presidente começou às 10h, com uma hora de atraso. Outros 60 minutos foram usados só para as questões de ordem dos senadores que pediam a interrupção das atividades até que o STF se manifestasse sobre um pedido de cancelamento do processo. A resposta do STF demorou um pouco. Pouco antes das 13h, enquanto os senadores almoçavam, o ministroTeori Zavascki negou o recurso. Tudo na mesma. E os discursos continuaram. No total, 71 parlamentares se inscreveram para falar, cada um com 15 minutos de microfone. A sessão virou a madrugada. Foram quase 20 horas de discurso, abraços trocados, alguns bocejos e um tom mais ameno do que foi adotado na votação realizada na Câmara dos Deputados. Nas ruas, conflitos entre manifestantes foram registrados no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília. Nas casas e nos comércios, a TV ligada com a transmissão das atividades do Senado. Pouco depois das 06h30, Renan Calheiros confirmou o resultado final: por 55 votos a favor e 22 contrários, o processo de impeachment foi aberto. O trabalho no Senado continua e Dilma começa a luta para se defender e, quem sabe, tomar seu posto de volta.