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2021 caminha para ter 2ª maior área queimada no Pantanal em 10 anos

Entre janeiro e agosto deste ano, incêndios consumiram 700 mil hectares do bioma. Marca é equivalente a todo 2013 e 2015 e maior do que 2014 e 2018, segundo laboratório da UFRJ

 (Mayke Toscano/Secom-MT/Divulgação)

(Mayke Toscano/Secom-MT/Divulgação)

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Agência O Globo

Publicado em 1 de setembro de 2021 às 08h49.

Última atualização em 1 de setembro de 2021 às 08h50.

Um filme de horror se repete em volta da Transpantaneira, no Pantanal, em Mato Grosso. Depois do incêndio em 2020, que deixou a maior área queimada da história, a região volta a ser atingida por chamas descontroladas, que obrigam fazendeiros, brigadistas e bombeiros a somarem esforços para tentar evitar o pior.

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Desde a semana passada, a situação se agravou e, até agora, já são 7,6 mil hectares destruídos pelo fogo. Quem está à frente do combate, entre árvores em cinzas e animais devorados pelo rápido avanço dos focos, acredita que este será um novo marco da destruição do território pantaneiro, mesmo que o fogo seja de menor es proporções.

Em números acumulados, os incêndio de janeiro a agosto de 2021 já garantiram o segundo lugar no ranking de áreas queimadas da década.

Entre janeiro e agosto deste ano, o fogo consumiu 700 mil hectares do Pantanal. A marca é o equivalente a todo 2013 e 2015 e maior do que 2014 e 2018, de acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ.

— A média histórica entre janeiro e agosto é de 292 mil hectares queimados. Já ultrapassamos muito desse patamar. Ou seja, esse é de novo um ano atípico no volume de incêndios — avisa a climatologista Renata Libonati, que coordena o laboratório.

Em 2020, foram queimados entre janeiro e agosto 1,6 milhão de hectares. O ano terminou com quatro milhões de hectares incendiados, o que corresponde a 28% do Pantanal, algo nunca registrado até então. Um estudo da UFMS, UFRJ, Embrapa/Pantanal, PrevFogo/Ibama, UFMT e UFBA mostrou que 43% da área queimada no ano passado não havia sofrido incêndios nos últimos 20 anos.

— Isso significa que uma geração toda de espécies mais sensíveis ao fogo podem ter sido prejudicadas com as queimadas de 2020 — afirma Letícia Garcia.

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