Brasil

2016 foi marcado por queda de Dilma, crise e avanços na Lava Jato

A queda de Dilma foi a crônica de uma cassação anunciada desde o início do ano, quando a crise econômica elevara a tensão social

Dilma Rousseff: Michel Temer chegara ao governo como vice-presidente de Dilma e assumiu a presidência (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff: Michel Temer chegara ao governo como vice-presidente de Dilma e assumiu a presidência (Ueslei Marcelino/Reuters)

E

EFE

Publicado em 27 de dezembro de 2016 às 14h53.

Rio de Janeiro - Sufocado pela crise econômica e pela corrupção, o Brasil viveu um ano de convulsão política que não chegou ao fim com o impeachment de Dilma Rousseff e que também afeta o governo do novo presidente, Michel Temer.

A queda de Dilma foi a crônica de uma cassação anunciada desde o início do ano, quando a crise econômica elevara a tensão social, e a corrupção atingia todo o setor político.

Passados os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o Senado decidiu no dia 31 de agosto destituir a primeira mulher a ter ocupado a presidência do país e fechou os 13 anos da "era PT", após dois mandatos de Lula e apenas um completo de Dilma.

Michel Temer, que chegara ao governo como vice-presidente de Dilma, assumiu a presidência com um pacote de concessões e privatizações e disposto a terminar o mandato, em janeiro de 2019.

A estreia de Temer no poder veio com polêmica, por ter composto um gabinete sem mulheres e negros, além de ter extinto o Ministério de Cultura para torná-lo um anexo da pasta de Educação, o que foi revisto posteriormente devido às críticas, principalmente, do setor artístico.

Temer também perdeu seis ministros por polêmicas relacionadas à corrupção, à Operação Lava Jato e a decisões em favor de benefícios próprios: Fabiano Silveira (Transparência), Romero Jucá (Planejamento), Henrique Alves (Turismo), Fábio Medina Osório (Advogacia-Geral da União), Marcelo Calero (Cultura), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).

O plano de ajuste econômico do novo governo levou muitos brasileiros às ruas para protestar. Enquanto isso, diversos governadores se revelaram sufocados pelos números vermelhos nas contas, inclusive com a declaração de calamidade financeira de Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

Pressionado pelos governadores, Temer liberou R$ 5 bilhões para os estados em troca do comprometimento em medidas de controle de gastos, como a polêmica reforma na Previdência, que estabelece, entre outras medidas, a necessidade de contribuição por 49 anos para que o cidadão receba a aposentadoria integral.

As delações da Operação Lava Jato colocaram em xeque algumas das principais empresas do país e o setor político, investigando o ex-presidente Lula e também atingindo Temer, que, segundo o empreiteiro Marcelo Odebrecht pediu a quantia de R$ 10 milhões da construtora Odebrecht para a campanha eleitoral de 2014.

Os relatos do executivo afetam diversos políticos e são considerados apenas a "ponta do iceberg", já que a Odebrecht fechou um acordo de leniência com os procuradores da Lava Jato e se comprometeu a pagar cerca R$ 6,8 bilhões de multa e indenização por ter participado do escândalo de desvios na Petrobras.

A lista de envolvidos é interminável, e o Congresso já polemizou com tentativas de conter a ação da Justiça ao modificar em grande parte o pacote de medidas contra a corrupção proposto pelo Ministério Público Federal (MPF) e incluir no texto a criação do crime de abuso de autoridade para juízes e integrantes do MPF.

Acompanhe tudo sobre:BrasilCrise econômicaCrises em empresasEspeciais de Ano Novo 2017GovernoOperação Lava JatoPolítica

Mais de Brasil

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil

Justiça Eleitoral condena Marçal por abuso de poder e o declara inelegível

Alexandre de Moraes determina suspensão do Rumble no Brasil

ViaMobilidade investirá R$ 1 bilhão nas linhas 8 e 9 para reduzir intervalos e reformar estações