Brasil

2 problemas e 3 toques para educação no Brasil

Em ranking global de competitividade, o país amarga com notas pífias quando o quesito é educação – tanto pública quanto particular

Professor em sala de aula (Tiago Lubambo)

Professor em sala de aula (Tiago Lubambo)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2012 às 20h32.

São Paulo – A verdade é que quando se fala em educação, o Brasil passa vergonha lá fora. Em uma escala de 0 a 7, a nota é 2,6 para o Brasil quando se fala de educação primária, o que nos deixa em 126º lugar em um ranking com 144 países. A qualidade educacional em geral ficou com nota 3, deixando o país em 116º lugar.

A avaliação foi feita pelo Fórum Econômico Mundial, que publicou um ranking detalhado de competitividade global. O Brasil ficou em 48º lugar geral e perdeu muitos pontos por causa das notas decepcionantes na área de educação.

“O Brasil é a sexta maior economia do mundo, subimos no ranking, mas esse resultado deixou a desejar”, afirma Erik Camarano, diretor-presidente do Movimento Brasil Competitivo (MBC) que, em parceria com a Fundação Dom Cabral, coordenou as pesquisas brasileiras.

Para Camarano, que investigou cada critério com base em “entrevistas com executivos no Brasil inteiro e números brutos, com dados completos que são publicados”, a principal problemática do país está no ensino fundamental. “Países que cresceram mais são os que mais investiram nessa área, esse é um dos pilares essenciais”, diz.

Na visão do diretor-presidente do MBC, a educação no Brasil piora com o tempo, e por dois motivos: “Falta inclusão, há muita criança fora da escola e as que estão na escola têm um desempenho muito baixo”, afirma.

Para ele, isso gera problemas para as empresas no Brasil, que acabam tendo um custo maior em capacitação e treinamento dos profissionais.

Mas qual seria a solução para o problema educacional no Brasil? Camarano é veemente: “A figura do diretor das escolas é subvalorizada aqui. A escolha tem de ser profissionalizada e esse funcionário tem de passar por uma capacitação”, diz. O coordenador da pesquisa ainda afirma que o diretor precisa ter um perfil de gestor, não ser eleito por amigos. E completa: “Um bom professor pode ser um péssimo diretor”.


Camarano defende também que haja uma avaliação externa sistemática: “É um mito dizer que não dá para medir o desempenho do professor, basta ter uma avaliação externa. Um aluno que vai bem indica um professor que trabalha bem”. Para completar, ele se diz a favor de um “sistema de remuneração de meritocracia”. “Hoje você trata igualmente os desiguais. Precisamos de metas ousadas e precisamos valorizar aqueles que atingem essas metas”, diz.

Engenheiros – Um dos critérios da pesquisa foi a qualidade do ensino de ciência e matemática. O Brasil ficou com nota 2,6 e em 132º lugar. Camarano aproveitou para comentar que o país forma um percentual baixo de engenheiros e profissionais que vão buscar inovações tecnológicas.

“Não é fácil resolver esse problema. Estive nos Estados Unidos recentemente e lá há vídeos incentivando o estudo da engenharia, colocando engenheiros como profissionais da inovação. Aqui o cool, por causa da internet, é a comunicação, o marketing”, disse.

Acompanhe tudo sobre:EducaçãoEducação no BrasilEnsino públicoEscolas

Mais de Brasil

Hugo Motta diz que Câmara vota IR na quarta mesmo sem acordo sobre anistia

Governo prevê repasse para universidades e agências federais 53% menor em 2026 do que em 2014

Ibama aprova simulação da Petrobras na Margem Equatorial, último passo para licença de exploração

Lula diz que reunião com Trump ocorrerá 'o mais rápido possível e vai correr bem'