CUT no Paraná: protestos acontecem por todo o país (Gibran Mendes / CUT Paraná/Divulgação)
Clara Cerioni
Publicado em 1 de maio de 2019 às 08h00.
Última atualização em 1 de maio de 2019 às 08h00.
São Paulo — O combate à reforma da Previdência proposta pelo governo de Jair Bolsonaro será o mote dos principais protestos no Dia Internacional do Trabalhador, celebrado nesta quarta-feira (1º).
Praticamente todas as capitais brasileiras tem manifestações marcadas para o dia. O maior ato deve ser o do Vale do Anhangabaú em São Paulo, com apresentações artísticas e culturais entre 10h e 20h incluindo shows de Marília Mendonça, Ludmilla e Roberta Miranda.
A maior parte dos atos está sendo organizado por centrais sindicais, como Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), com frentes de movimentos sociais, como Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Essa é a primeira vez na história que as centrais sindicais brasileiras se unem em um ato unificado de 1º de maio.
De acordo com as lideranças sindicais, durante o dia será anunciada a data de uma greve geral contra a reforma da Previdência. Inicialmente, a previsão é que a paralisação aconteça em 14 de junho.
Há, ainda, outras manifestações encabeçadas por movimentos de esquerda, mas sem ligação com centrais sindicais. No Rio de Janeiro, na praça da Candelária, por exemplo, o movimento Flanarquia marcou um ato para reivindicar o direito dos trabalhadores.
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Em 1º de maio de 1886, um conflito durante um durante um protesto de operários de Chicago, que reivindicavam melhores condições de trabalho, terminou com a morte de quatro trabalhadores.
Três anos depois, durante Segunda Internacional Socialista, congresso que reuniu os principais partidos socialistas e sindicatos de toda Europa, foi definida a data como homenagem a esses operários.
Após a 2ª Guerra, na União Soviética, as passeatas de 1º de maio se transformaram em importantes eventos políticos. Hoje, a data é celebrada em mais de 90 países.
De acordo com o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getulio Vargas, a data passou a ser comemorada no Brasil no início do século XX, pouco após a abolição da escravidão em 1888.
"A partir daí, a defesa de condições mais humanas de trabalho começou a se desenhar mais fortemente no país, tendo que enfrentar a dura herança de um passado escravista que marcou profundamente toda a sociedade brasileira, na sua forma de tratar e de pensar seus trabalhadores. Essa luta foi longa, difícil e ainda não terminou", afirma a pesquisadora da FGV Angela de Castro Gomes, em um artigo.