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1ª Turma do STF julga prisão preventiva de Jair Bolsonaro nesta segunda

Condenado por tentativa de golpe, Bolsonaro pode seguir preso enquanto recursos são avaliados pelo STF

Publicado em 24 de novembro de 2025 às 06h01.

Última atualização em 24 de novembro de 2025 às 06h09.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta segunda-feira, 24, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A sessão ocorre virtualmente entre 8h e 20h, no horário de Brasília. Os ministros Flávio Dino (presidente da Turma), Cristiano Zanin e Cármen Lúcia participam do julgamento. Moraes, por ser o autor da decisão, não vota.

No domingo, 23, Bolsonaro passou por audiência de custódia na Superintendência da PF, em Brasília, onde a juíza Luciana Sorrentino manteve a prisão.

Em depoimento, o ex-presidente alegou que o episódio foi resultado de um “surto” provocado por medicamentos psiquiátricos, citando a pregabalina, remédio prescrito para dores neuropáticas e ansiedade.

Segundo a ata da audiência, ele afirmou ter acreditado que havia uma escuta na tornozeleira, tentou abrir o dispositivo com o ferro de solda, mas interrompeu a ação ao “cair na razão”. Disse ainda ter comunicado os agentes em seguida, que não se lembra de ter tido surtos anteriores e que começou a usar a medicação quatro dias antes da prisão. Bolsonaro também negou qualquer intenção de fuga.

Bolsonaro preso: o que deve acontecer agora

O que a Primeira Turma decide hoje?

Caso a prisão preventiva seja confirmada, a expectativa é que ela seja convertida diretamente ao início do cumprimento da pena, em regime fechado, já que a condenação de Jair Bolsonaro ultrapassa oito anos. Ele foi sentenciado a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado, mas ainda não cumpre pena, pois o prazo para apresentação de recursos segue aberto.

As defesas de Bolsonaro e de outros seis condenados têm até esta segunda-feira, 24, para apresentar embargos de declaração, recurso destinado a esclarecer pontos da condenação. Embargos infringentes também podem ser solicitados, mas só são admitidos quando o réu obtém pelo menos dois votos pela absolvição. Isso ainda não aconteceu.

Se os ministros da Primeira Turma mantiverem a decisão de Moraes, Bolsonaro poderá permanecer preso por tempo indeterminado, com reavaliação da medida a cada 90 dias. Moraes também determinou que o ex-presidente receba atendimento médico na Polícia Federal, que visitas sejam restritas a advogados e médicos com autorização prévia do STF e que estejam suspensos os encontros com políticos, como os governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Cláudio Castro (RJ).

Prisão

O ex-presidente foi preso pela Polícia Federal (PF) no sábado, 22, após a ordem expedida por Moraes. Na decisão, o magistrado citou risco de fuga, mencionando a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica e a vigília convocada por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, nas proximidades da residência onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar.

No início da madrugada de sábado, véspera da prisão, Bolsonaro utilizou uma solda para tentar abrir a tornozeleira, o que gerou um alerta à Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap), responsável pelo monitoramento do dispositivo. Moraes estabeleceu um prazo de 24 horas para que a defesa se manifestasse sobre o episódio.

No mesmo dia, a defesa havia solicitado ao STF a concessão de prisão domiciliar humanitária, pedido que foi negado por Moraes.

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