Tereza Campello: "são pessoas que não foram localizadas por agentes sociais, que não figuram nos registros dos programas oficiais", explicou (Elza Fiúza/ABr)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2013 às 14h05.
Brasília - Nos últimos dois anos, 16,4 milhões de brasileiros saíram da extrema pobreza, mas ainda há outras 2,5 milhões de pessoas nesta situação, algo que o Governo pretende reverter antes do fim de 2014, informaram nesta terça-feira fontes oficiais.
"É um passo muito importante", disse a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, que mesmo assim admitiu que "falta muito" para erradicar a miséria.
Um dos obstáculos para alcançar essa meta, que é uma das principais traçadas pela presidente Dilma Rousseff, é que os cerca de 2,5 milhões de habitantes que vivem na extrema pobreza permanecem fora do enorme "guarda-chuva" que representa os vastos programas sociais do Governo.
"São pessoas que não foram localizadas por agentes sociais, que não figuram nos registros dos programas oficiais e que na maioria, desconhecem que podem ter acesso aos planos de distribuição de renda" governamentais, explicou Tereza.
Para remediar essa situação, o Governo começou há dois anos o que denominou como "busca ativa", que de alguma maneira fez com que fosse realidade o velho ditado de que "se a montanha não vai a Maomé, Maomé vai até a montanha".
Esse processo de busca dos mais pobres é desenvolvido com ajuda dos 5.556 municípios do país e permitiu identificar 16,4 milhões de pessoas que nos últimos dois anos foram incorporadas aos planos de assistência oficiais, disse a ministra.
Em parte pela inclusão dessas pessoas, assim como por aumentos e atualizações dos valores distribuídos, os orçamentos do Governo para o programa de assistência social Bolsa Família passaram de R$ 17,3 bilhões em 2011 a R$ 20 bilhões em 2012.
Para este ano, o terceiro de Dilma Rousseff no poder, se prevê que esse orçamento cresca ainda mais, até R$ 23,180 bilhões, precisou Tereza.
Junto com essa distribuição de renda direta, o Governo também antecipa outros programas complementares, que visam melhorar os serviços públicos básicos, como eletricidade, coleta de lixo e urbanismo, e o atendimento em saúde e educação, a fim de reforçar a "geração de cidadania".
Tereza destacou o caso da educação e disse que, em 2008, 28% das escolas públicas do país tinham uma maioria de alunos procedentes de famílias amparadas pelo Bolsa Família.
Hoje, essa taxa subiu a 54% das escolas e espera-se que durante este ano, aumente ainda mais, disse.
Outro eixo desse planejamento são os planos de criação de emprego, que é a necessária "porta de saída" dos programas sociais, comentou Tereza.
O Bolsa Família é o plano mais importante de distribuição de renda no Brasil e ampara cerca de 50 milhões de pessoas com poucos recursos.