A presidente Dilma Rousseff: "em briga de marido e mulher, nós achamos que se mete a colher, sim" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2015 às 17h55.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira que a assinatura de lei do feminicídio é um momento importante na afirmação da luta que coloca como foco a violência contra a mulher.
Dilma relatou que 15 mulheres são mortas por dia no Brasil apenas pelo fato de serem mulheres. A fala dela ocorreu durante cerimônia de sanção da lei que tipifica o feminicídio como crime hediondo.
O evento ocorre no Palácio do Planalto e conta com a presença de mulheres atletas, integrantes de movimentos sociais e autoridades.
"Em briga de marido e mulher, nós achamos que se mete a colher, sim. Não é invadir a privacidade; é garantir padrões morais, éticos", reforçou a presidente. "Essa morte pelo fato de ser mulher torna a questão de gênero, a questão do gênero feminino no Brasil especial, junto com outras categorias, como a questão de morte por ser negro como também toda a violência contra a população LGBT", afirmou.
"Estamos afirmando aqui a importância de se combater a violência, tanto pela intolerância como pelo preconceito", argumentou a presidente durante seu discurso. "Infelizmente, ainda existe racismo e violência contra a população LGBT".
"O Brasil não deve aceitar jamais ser a terra da intolerância e do preconceito", disse.
Segundo a presidente, intolerância e preconceito são a semente dos piores males e matam a democracia. Dilma alertou que há brasileiros que consideram excessivas as leis que punem racistas e também aqueles que acham que homofobia não é um problema relevante. "Essa visão de mundo não é real e nós não a aceitamos", afirmou.