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12% dos brasileiros consideram o transporte público um problema

Para 12,4% da população de 319 municípios brasileiros, o problema do transporte público só fica atrás da violência e segurança, da saúde e do desemprego

Transporte público: 86,9% concordam com o benefício da gratuidade (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Transporte público: 86,9% concordam com o benefício da gratuidade (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 30 de agosto de 2017 às 19h20.

O transporte público é o quarto maior problema das cidades para 12,4% da população de 319 municípios brasileiros, ficando atrás apenas da violência e segurança, da saúde e do desemprego, de acordo com pesquisa sobre o perfil da mobilidade urbana nas grandes cidades, divulgado hoje (30), durante o Seminário Nacional NTU 2017 & Transpúblico, que tem como tema Qualidade no transporte público: uma demanda social.

De acordo com os dados, 61,1% das pessoas consideram que o poder público é o responsável pela melhoria do transporte público.

Segundo a pesquisa realizada pela Associação Nacional de Transportes Urbanos (NTU), em parceria com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), 59% dos entrevistados se deslocam todo dia e 53,3% estão se deslocando para ir ao trabalho, dos quais 45,2% fazem isso de ônibus.

O estudo mostra ainda que 38% deixaram de utilizar o ônibus e 35,85 passaram a usar o carro.

Entretanto, 62,6% estariam dispostos a voltar a se deslocar de ônibus caso os valores das tarifas fossem mais baixos e houvesse rapidez na viagem e flexibilidade para as opções de volta.

Quando questionados sobre a gratuidade das tarifas, 53,3% disseram não ter acesso à prioridade e entre aqueles que têm, 47,4% consideram a medida boa.

Com relação à gratuidade, 50,9% sabem que o custo recai sobre os outros usuários, e 86,9% concordam com o benefício.

De acordo com o presidente da NTU, Otávio Cunha, a pesquisa mostra que as redes de transporte urbano não estão atendendo as necessidades de deslocamento da população e precisam ser melhoradas com investimentos em infraestrutura e com prioridade para o transporte público.

"A questão das faixas seletivas, por exemplo, são um investimento barato. Não é só fazer a faixa e requalificar o serviço convencional. É colocar uma faixa para dar velocidade, reduzir os tempos de viagem, fazer pontos de parada mais civilizados e dar confiabilidade na viagem", disse.

Segundo Otávio Cunha, muitas cidades estão fazendo investimentos em faixas seletivas, mas não ainda de forma que a população perceba as melhorias.

"Está claro que pode se ter ganho significativo de aumento de velocidade quando o ônibus trafega livre. E é muito fácil identificar em cada município os principais corredores de escoamento onde há adensamento de veículos e o ônibus disputando espaço com o automóvel".

Para Cunha ao reduzir o custo do serviço, a tarifa também é reduzida, atraindo nova demanda e novamente a tarifa pode ser reduzida, reproduzindo o ciclo.

O secretário municipal de Mobilidade e Transportes de São Paulo, Sérgio Avelleda, avaliou que o transporte público urbano deixou de ser a principal preocupação da população não porque o serviço está adequado, mas porque o desemprego, a preocupação com a saúde e a segurança aumentaram consideravelmente.

"Temos atributos que não estão atendendo os nossos usuários. Estamos perdendo usuários porque não estamos entregando o que eles querem. Se não olharmos para a revolução que a tecnologia pode promover para o setor, corremos o risco de acordar com uma concorrência difícil de ser combatida".

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