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103 escolas da rede municipal de SP estão sem merenda

Empresa que fornecia alimentação às instituições rompeu o contrato com a Prefeitura na semana passada


	Escola: alunos foram mandados de votla para casa por falta de merenda; em uma escola de SP, diretoria comprou bolacha e suco com dinheiro da APM.
 (ASCOM/SEED Roraima)

Escola: alunos foram mandados de votla para casa por falta de merenda; em uma escola de SP, diretoria comprou bolacha e suco com dinheiro da APM. (ASCOM/SEED Roraima)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2016 às 07h56.

São Paulo - Alunos de escolas municipais de São Paulo foram liberados mais cedo das aulas ou tiveram apenas bolachas e suco como merenda na quarta-feira, 6.

A empresa que fornecia alimentação para 103 unidades da região do Tremembé e Jaçanã, na zona norte da capital, rompeu o contrato com a Prefeitura na última semana, mas os pais e alunos só foram avisados na terça-feira, 5.

Na Escola Maria Isabel Pacheco, na Vila Sabrina, os pais só ficaram sabendo que não haveria merenda quando foram deixar os filhos na aula.

Um funcionário comunicou os pais quando foi abrir o portão e disse que, em vez de almoço e jantar, só haveria merenda seca, ou seja, bolachas e sucos.

Também foram informados que as crianças não levariam falta caso os pais preferissem que não ficassem na escola. Segundo o funcionário, que pediu para não ser identificado, a escola comprou a merenda seca com o dinheiro da Associação de Pais e Mestres da unidade.

Tatiane Servilha, de 27 anos, não quis deixar a filha Jasmine, de 5, na escola sem alimentação. "Ela almoçou agora ao meio-dia, não dá para ficar até as 18 horas só com algumas bolachinhas. Se tivessem avisado antes, eu poderia pelo menos ter mandado uma lancheira."

O almoxarife José Barbosa de Farias, de 46 anos, disse ter ficado com o "coração apertado" por deixar a filha de 4 anos na escola mesmo sem a merenda. "A gente sabe que é importante ela ficar na escola, mas dessa forma é muito preocupante. Vou até vir buscá-la mais cedo."

Na Escola José Joaquim da Silva, que tem aulas em período integral, os funcionários também usaram o dinheiro da associação de pais e eles mesmos cozinharam o almoço para os alunos.

"Como vamos deixar as crianças só com bolacha e suco das 8 às 16 horas? Fizemos um macarrão com salsicha para eles", contou uma funcionária, que também pediu para não ser identificada.

Contrato

De acordo com a Prefeitura, a empresa Prol Alimentação comunicou na sexta-feira, 8, passada que iria romper o contrato. "Sem apresentar as certidões de quitação de impostos, a empresa ficou impossibilitada de receber as faturas emitidas contra a Secretaria Municipal de Educação", disse em nota o Município. A reportagem não localizou nenhum representante da empresa para comentar.

A Prefeitura informou ainda que a empresa será multada em 20% do valor do contrato pelo descumprimento de suas obrigações contratuais.

Também informou que o abastecimento de merenda nessas unidades será normalizado apenas na próxima segunda-feira, quando passa a valer a contratação emergencial de uma nova empresa para fornecer gêneros alimentícios para as 103 escolas da região.

A administração disse que nesta quinta e sexta-feira as aulas acontecerão normalmente nessas unidades, sem informar como e se será feito o fornecimento de merenda para os alunos dos colégios afetados.

A reportagem questionou qual era a orientação para as unidades para que conseguissem fornecer merenda, mas a Prefeitura não respondeu.

Na Escola Célia Regina Consolin, no Parque Novo Mundo, as aulas foram suspensas ontem de manhã por tempo indeterminado. Na Maria Isabel Pacheco, os pais também foram informados que a falta de merenda seguiria até amanhã e que, portanto, os alunos não receberiam falta caso não comparecessem às aulas.

"A gente tem de trabalhar, mas não dá para deixar as crianças na escola sem saber se vão ter o que comer. Vou faltar no trabalho hoje porque ele comeu muito pouco no almoço, mas amanhã vou dar um lanche reforçado para ele ficar", contou Camila Silva, mãe de um aluno de 5 anos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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