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10 dramas que mexeram com os brasileiros em 2018

De João de Deus aos refugiados venezuelanos, passando pelas fake news e pela greve dos caminhoneiros, não faltaram emoções

Posto de gasolina em Brasília, afetado por desabastecimento de combustível devido à greve dos caminhoneiros 25/5/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino (Ueslei Marcelino/Reuters)

Posto de gasolina em Brasília, afetado por desabastecimento de combustível devido à greve dos caminhoneiros 25/5/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino (Ueslei Marcelino/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 29 de dezembro de 2018 às 08h00.

Última atualização em 29 de dezembro de 2018 às 08h00.

São Paulo - 2018 foi um ano de fortes emoções na política, na sociedade e na cultura brasileiras.

Veja 10 dos principais dramas que mobilizaram o país neste ano, em ordem cronológica:

A rebelião no presídio de Goiânia - 01/01

2018 começou parecido com 2017. No ano anterior, 26 morreram na penitenciária Estadual de Alcaçuz, enquanto neste ano o drama foi na Colônia Agroindustrial do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

Após briga entre grupos rivais e uma rebelião, nove homens foram mortos e outros 14 ficaram feridos. Segundo a polícia, os presos atearam fogo na cadeia e corpos foram carbonizados. 99 fugiram.

O surto de febre amarela - começo do ano

Vacina contra Febre Amarela

O país teve um surto intenso de febre amarela: de acordo com o Ministério da Saúde, de 1º de janeiro a 8 de novembro deste ano, foram registrados 1.311 casos e 450 mortes, quase o dobro do identificado no mesmo período do ano anterior.

O auge foi nos primeiros meses do ano, com foco em São Paulo e Minas Gerais, e houve corrida para garantir a vacinação.  Com a chegada do verão, o risco volta a aumentar.

Os principais sintomas da febre amarela são dor de cabeça, febre, amarelamento da pele, dores musculares e articulares, náuseas e indisposição.

O assassinato de Marielle Franco - 14/03

Estêncil da ex-vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro, é retratada na parede da Câmara Municipal, no dia 16 de março de 2018. REUTERS / Ricardo Moraes APENAS PARA USO EDITORIAL. NÃO RESPIRA. NENHUM ARQUIVO

A vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) foi assassinada a tiros no Rio de Janeiro. Seu motorista, Anderson Gomes, também foi morto no mesmo ataque.

Nove meses depois, ainda não há uma conclusão do inquérito apesar de algumas prisões relacionadas ao caso e investigações indicarem envolvimento da milícia carioca.

Marielle era crítica à intervenção federal no estado e denunciava os abusos de forças de autoridade contra moradores carentes, além de defender pautas de direitos LGBT, das mulheres e de negros.

O prédio que desabou no centro de São Paulo - 01/05

Bombeiros trabalham na busca por desaparecidos e retirada dos destroços do prédio que desabou após incêndio no Largo do Paissandu

O prédio Wilton Paes de Almeida no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, teve um incêndio por causa de um curto-circuito e desabou. O balanço: sete mortos e dezenas de desabrigados que ocupavam o local.

Houve jogo de empurra-empurra sobre as responsabilidades, já que o terreno é da União, estava sob a guarda da Prefeitura desde outubro de 2017 e já havia sido condenado pelos bombeiros.

A greve dos caminhoneiros - 21/05

Greve dos caminhoneiros: Caminhões participam de protesto na BR-116 em São Paulo

Governo e sociedade foram pegos de surpresa por uma greve dos caminhoneiros iniciada em 21 de maio em protesto contra os reajustes grandes e sem previsibilidade do preço do diesel.

A paralisação e os bloqueios de rodovias geraram desabastecimento nas cidades e queda nas ações da Petrobras; uma complicação extra para a negociação foi a falta de lideranças claras.

O movimento só foi encerrado cerca de 10 dias após iniciado com o anúncio pelo governo de subsídios ao diesel e apoio ao tabelamento do frete, entre outras medidas.

Fake news e violência política - período eleitoral

O fenômeno da desinformação que se espalha nas redes sociais ganhou relevância especial no Brasil; é difícil estimar qual foi seu alcance e impacto real, mas o problema já chama a atenção das autoridades.

Houve denúncias de que empresários estariam financiando disparos em massa ilegais e mesmo falsidades desmentidas (como a do "kit gay") seguiram sendo espalhadas.

O país também viu uma onda de agressões verbais e físicas relacionadas ao período eleitoral. A maior parte dos relatos foi de apoiadores de Bolsonaro agredindo minorias como homossexuais, alvo do candidato ao longo de sua carreira política, ou pessoas com símbolos identificados com a esquerda.

O mestre de capoeira Moa do Katendê, por exemplo, foi assassinado em um bar de Salvador na noite do primeiro turno após declarar apoio a Fernando Haddad, segundo o próprio agressor.

Incêndio no Museu Nacional - 02/09

Em uma noite de domingo, após visitas já estarem encerradas, o fogo consumiu a mais antiga instituição histórica do país, o Museu Nacional do Rio de Janeiro, fundado por D. João VI, em 1818.

Ninguém se feriu, mas a maior parte do acervo e da estrutura foi destruída. O prédio estava em situação irregular junto aos bombeiros e sofria com a falta de recursos e de conservação.

A facada em Jair Bolsonaro - 06/09

Jair Bolsonaro reage depois ser esfaqueado em Juiz de Fora

Jair Bolsonaro, então ainda candidato à presidência pelo PSL e líder nas pesquisas, foi atingido por uma facada enquanto fazia campanha em Juiz de Fora em uma quinta-feira (06).

A facada causou lesões no intestino grosso e o agora presidente eleito segue com uma bolsa de colostomia.

O autor do crime, Adélio Bispo, foi preso e a Polícia Federal concluiu que ele agiu sozinho motivado por discordâncias com o candidato, versão contestada pela família Bolsonaro.

Os abusos sexuais de João de Deus - 08/12

O médium João de Deus chega à Casa Dom Inpacio Loyola, em Abadiânia.

Protagonista do maior escândalo de abuso sexual já revelado no Brasil, o médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus e ex-queridinho das celebridades, foi preso no dia 16 de dezembro.

Ela é acusado de violentar mais de 330 mulheres — incluindo sua filha. A onda de denúncias foi disparada após 13 mulheres relatarem os abusos no Programa do Bial.

Refugiados venezuelanos - o ano todo

Com o colapso econômico e humanitário da Venezuela sob o governo de Nicolás Maduro, disparou o número de pessoas que deixam o país em direção aos vizinhos.

De janeiro até junho de 2018 já eram 24,5 mil pedidos de refúgio, segundo o Ministério da Justiça, um crescimento de 26,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Há grande pressão sobre os serviços públicos em Roraima, principal ponto de entrada. Ainda assim o Brasil segue mais enviando do que recebendo imigrantes, no balanço geral, e tem baixíssima taxa de participação de imigrantes na população em comparações internacionais.

(Com agências de notícias)

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