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UPL quer que defensivos biológicos sejam 50% de sua receita e aposta no Brasil

Meta da empresa é rever a proporção entre produtos químicos e biológicos no portfólio, tornando linha sustentável responsável por 50% do faturamento até 2027

Lavoura de milho em Mato Grosso: novas tecnologias para defensivos agrícolas evitam o desperdício de insumos e preservam o meio ambiente (Cristiano Mariz/Exame)

Lavoura de milho em Mato Grosso: novas tecnologias para defensivos agrícolas evitam o desperdício de insumos e preservam o meio ambiente (Cristiano Mariz/Exame)

Mariana Grilli
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 17 de março de 2023 às 07h31.

Última atualização em 20 de março de 2023 às 18h30.

Criada na Índia, a UPL figura entre as maiores empresas de defensivos agrícolas do mundo, com atuação em 138 países e faturamento global de US$ 6 bilhões, no intervalo entre abril de 2021 e março de 2022. No balanço anunciado em fevereiro, a empresa estima crescimento anual de 14% no EBITDA quando compara o terceiro trimestre de 2023 com o mesmo período no ano passado. E a aposta para manter esse resultado é a América Latina, em especial o Brasil.

Para Mike Frank, CEO da UPL Global Crop Protection, a demanda por defensivos deve continuar intensa no último trimestre do ano, “especialmente nas Américas”. A América Latina apresentou crescimento de receita de 28% de 2022 para 2023, sendo a principal região de atuação da indiana -- no Brasil, as receitas são de aproximadamente 500 milhões de dólares, segundo o CFO Ananda Vora.

“Dado o cenário positivo, estamos confiantes em encerrar o ano fiscal de 23 sustentando nossa orientação de crescimento de receita e EBITDA, bem como a redução declarada na dívida líquida para US$ 2 bilhões até março de 2023”, diz Mike Frank.

O próximo passo é incrementar o portfólio com produtos mais sustentáveis, incluindo especificamente o Brasil.

Qual a importância dos produtos biológicos?

A introdução cada vez maior de biológicos no manejo das culturas visa controlar a resistência de pragas e doenças a determinadas soluções químicas, que perdem a eficácia com o tempo. Além disso, contribuem para uma agropecuária com menos emissão de gases de efeito estufa e a recuperação da saúde do solo.

Embora tenha ganhado proporção da porteira para dentro, o portfólio de produtos biológicos da UPL -- cujo foco está em bioestimulantes, nutrição e biocontrole -- ainda é pequeno. A divisão de Natural Plant Protection (NPP), como eles chamam, corresponde a apenas 7% do faturamento global e 5% do negócio no Brasil. A meta é que os biológicos sejam responsáveis por 50% do faturamento global até 2027.

Cristiano Figueiredo, CCO da UPL Brasil, estima que, em volume, sejam comercializados atualmente cerca de 10 milhões de litros de produtos desse portfólio NPP. No entanto, ele faz a ressalva de a volumetria ser imprecisa porque há outras soluções da empresa que também são de baixo impacto ambiental.

“O Brasil tem uma representatividade no grupo UPL muito grande. Isso traz muita responsabilidade e todos esses projetos globais, como de descarbonização da cadeia, precisam ter viabilidade no Brasil. Por isso o investimento dedicado na NPP e em programas com pegada mais sustentável”, afirma Figueiredo.

Como ampliar o uso de biológicos no campo?

Introduzir rapidamente os ‘bios’ no conjunto de ferramentas que o produtor utiliza depende muito da abordagem feita em campo, olho no olho, segundo Cristiano Figueiredo, da UPL Brasil. “O desenvolvimento da plataforma de biológicos requer de nós, da indústria, um trabalho muito mais técnico do que vínhamos fazendo com defensivo agrícola”, diz.

Diferente de apresentar produtos sintéticos, com os quais o produtor já está mais familiarizado, o discurso para ampliar a adoção dos biológicos requer ainda mais domínio agronômico. “Isso muda até o perfil de capacitação da equipe de campo”, comenta. Ainda assim, um dos recursos de convencimento ao produtor é a possibilidade de ser recompensado por boas práticas.

“Tem várias iniciativas para que a gente possa monetizar o produtor que realmente embarque na pegada de produzir bem, mais fibras, grãos, com menor impacto ambiental, por exemplo adotando práticas de agricultura regenerativa”, afirma Figueiredo.

Entre os clientes da UPL que mais se mostram aptos à sinergia entre químicos e biológicos, segundo o CCO, são os setores da pecuária para cultivo de pasto e também hortifruticultura e flores.

“Grandes culturas vêm crescendo de maneira exponencial, mas tem percentual de uso mais modesto, como soja, milho, algodão. Vemos que há bastante potencial para desenvolver este mercado”, ele diz.

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