EXAME Agro

Apoio:

LOGO TIM 500X313

UE suspende restrições à importação de cereais ucranianos

País do leste europeu vinha se queixando das restrições europeias e pressionava para que as medidas fossem suspensas

Ucrânia: país do leste europeu é um importante exportador de grãos da região  (Agence France-Presse/AFP Photo)

Ucrânia: país do leste europeu é um importante exportador de grãos da região (Agence France-Presse/AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 15 de setembro de 2023 às 20h04.

A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia (UE), anunciou, nesta sexta-feira (15), a suspensão das restrições à importação de cereais ucranianos, embora Hungria e Polônia tenham antecipado que irão desafiar a decisão.

"As medidas existentes irão expirar hoje", informou a Comissão em comunicado, referindo-se às medidas aprovadas para proteger os agricultores europeus.

Fique por dentro das últimas notícias no Telegram da Exame. Inscreva-se gratuitamente

Em abril, a UE fechou um acordo com cinco países (Polônia, Hungria, Eslováquia, Bulgária e Romênia) que lhes permitia bloquear a comercialização do trigo procedente da Ucrânia, devido às distorções que gerava nos mercados locais. No comunicado desta sexta-feira, a Comissão apontou que "as distorções nos cinco países-membros da UE vizinhos da Ucrânia desapareceram".

A Ucrânia vinha se queixando das restrições europeias e pressionava para que as medidas fossem suspensas. O governo de Kiev sugeriu recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC). A Polônia, por sua vez, anunciou que estenderia suas medidas nacionais mesmo se as restrições da UE deixassem de existir.

Diante do anúncio da Comissão, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, saudou o gesto como "um exemplo de unidade e confiança". "Precisamos que nossos vizinhos apoiem a Ucrânia em tempos de guerra, e se suas decisões violarem a legislação da UE, a Ucrânia responderá de forma civilizada", afirmou, em suas redes sociais.

Polônia e Hungria desafiam Bruxelas

Polônia e Hungria expressaram seu desacordo com a iniciativa de Bruxelas e sua decisão de estender unilateralmente as medidas restritivas. "Não estamos de acordo com a decisão da Comissão e, em interesse dos fazendeiros e consumidores poloneses, iremos introduzir medidas nacionais", declarou o porta-voz do governo polonês, Piotr Muller.

O assunto é extremamente sensível para a Polônia, que irá realizar eleições no próximo mês, e onde o governo depende do apoio das regiões que concentram a produção agrícola. Ao mesmo tempo, a Polônia já recebeu cerca de 1 milhão de refugiados ucranianos e também é um dos principais fornecedores de equipamentos militares e de ajuda humanitária para a Ucrânia.

A Hungria, por sua vez, anunciou que irá fechar suas fronteiras para 24 produtos ucranianos. Até agora, as medidas restringiam apenas quatro.

Segundo a Comissão, a Ucrânia deverá apresentar na segunda-feira um plano de ação à UE, que se reservou o direito de responder a uma eventual "situação imprevista" e restabelecer as restrições.

Com o início das operações da Rússia na Ucrânia, as exportações ucranianas de cereais sofreram uma interrupção dramática, devido ao fechamento das rotas pelo Mar Negro. Diante dessa situação, a UE colocou à disposição vias terrestres para que a Ucrânia possa continuar exportando cereais, mas os países vizinhos reclamaram rapidamente de distorções em seus mercados locais.

Acompanhe tudo sobre:UcrâniaRússiaGrãos

Mais de EXAME Agro

Carrefour da França e carne do Mercosul: entenda o que está por trás do boicote

A 'rainha das sementes' do Nordeste: a história por trás de 2 milhões de campos de futebol plantados

Opinião: O crescimento do agronegócio e a demanda por profissionais

'Guerra dos tomates': como o Ceará pode se tornar o maior produtor do fruto do Nordeste