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Geada no Sul: podcast discute efeitos da onda de frio na produção de alimentos (Getty Images/Getty Images)
Carla Aranha
Publicado em 30 de julho de 2021 às 15h09.
Última atualização em 30 de julho de 2021 às 16h39.
No mês de julho, três ondas de frio impactaram as lavouras no país. A última massa de ar polar, que chegou nesta semana, vem provocando estragos principalmente nas áreas de cultivo de milho, no Paraná, além de café e cana-de-açúcar (em São Paulo e Minas Gerais). Há preocupação também a respeito do cultivo de laranja e outras frutas. As hortaliças do cinturão verde de São Paulo, na região de Mogi das Cruzes, já acusam perdas e aumentos de preço de mais de 10%.
Essa inflação dos preços, no entanto, é considerada temporária, pelo menos no que diz respeito a culturas mais perecíveis diretamente afetadas pelas geadas, como é o caso das frutas, legumes e verduras. Em relação ao café, os preços futuros já são negociados com mais de 10% de aumento na bolsa de Chicago, devido a estimativas de redução da safra no ano que vem.
O milho, por sua vez, tende a se tornar mais escasso no mercado interno com a quebra de safra após a seca do início do ano e, agora, as geadas. Grandes frigoríficos, como a JBS, já procuram o insumo no mercado argentino, em que o cereal vem sendo vendido a preços mais baixos, para manter os custos sob controle e evitar aumento de preço das carnes.
O impacto das ondas de frio em relação aos principais insumos agrícolas é o tema deste episódio do podcast SuperAgro, que vai ao ar toda semana, trazendo os desafios, as oportunidades e os grandes personagens do agronegócio brasileiro. Maciel Silva, coordenador de produção agrícola da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
"A perspectiva de produção recorde de grãos neste ano se mantém", diz Silva. Em relação à rentabilidade, as expectativas também continuam positivas com a alta de preços no mercado internacional. "A soja vem remunerando muito bem, assim como outras culturas. Sobre o café, os produtores provavelmente irão investir em novas tecnologias".
O país deve fechar o ano com uma safra de mais de 262 milhões de grãos, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O carro-chefe deve ser a soja, com uma produção recorde de 135,86 milhões de toneladas, 8,8% superior ao ciclo anterior. O faturamento do agronegócio deve chegar a 1 trilhão de reais, cerca de 12% maior ao resultado de 2020.
O podcast SuperAgro vai ao ar semanalmente com os principais desafios e oportunidades do agronegócio, com apresentação de Carla Aranha, repórter de macroeconomia da EXAME. Clique aqui para ver o canal no Spotify, ou siga em sua plataforma de áudio preferida, e não deixe de acompanhar os próximos programas.
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