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Sem chuva há quase 5 meses, Mato Grosso reúne líderes mundiais no G20 para debater crise climática

Trajeto até o resort onde evento é realizado está tomado pela fumaça e árvores secas

Agência o Globo
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Publicado em 12 de setembro de 2024 às 20h35.

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Em meio a uma das piores secas registradas nos últimos anos, Mato Grosso, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, sedia a cúpula do G20, realizada em um resort às margens do Lago de Manso, no município de Chapada dos Guimarães, a mais de 100 km de Cuiabá.

O evento reúne líderes mundiais em um cenário dramático, marcado pela ausência de chuvas há quase cinco meses, ilustrando de forma crua os efeitos das mudanças climáticas.

A estrada que dá acesso ao resort, geralmente cercada pelo verde, oferece um cenário desolador: vegetação seca e muita fumaça. Esse pano de fundo simboliza o desafio global que os participantes do encontro vieram debater — a crise climática que não respeita fronteiras e já impacta a agricultura e a segurança alimentar.

Nesta quinta-feira, durante o evento, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, enfatizou a relevância do Brasil no debate sobre sustentabilidade e justiça social, ressaltando o peso das responsabilidades que o país assumiu recentemente no cenário internacional, como a presidência da COP30 e do G20.

“O Brasil, que não tem contenciosos com nenhum país, talvez deixou de lado por algum período essas boas relações. E o presidente Lula faz questão de reestabelecer elas e tem a gratidão do reconhecimento mundial já por estudo, prova disso, é o Brasil estar com a presidência temporária do G20, sediar a presidência da COP30 do ano que vem em Belém do Pará e a presidência temporária dos BRICS. Isso aumenta também muito a responsabilidade brasileira. E nós estamos aqui, unidos para colaboração. Colaborar com este novo momento da geopolítica mundial”, afirmou Fávaro.

O ministro também aproveitou para destacar o impacto das mudanças climáticas em setores produtivos, citando as recentes catástrofes naturais que assolaram o país. "Estamos há quase cinco meses sem chuva em Mato Grosso, e, recentemente, o Rio Grande do Sul enfrentou a maior enchente já registrada. Isso prova que as mudanças climáticas já estão aqui, desafiando os sistemas produtivos e exigindo ações concretas."

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, também reforçou a urgência de soluções globais para mitigar os efeitos da crise climática.

“Espero que este encontro com nossos líderes possa discutir com profundidade e encontrar caminhos seguros para que possamos inverter essa tendência de aquecimento. Queremos continuar dando a nossa contribuição para a segurança climática, segurança alimentar e transição energética. As mudanças climáticas são realidade e precisamos ter atitudes concretas e corajosas”, afirmou.

O último levantamento do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso indica que há 48 incêndios ativos em todo o estado, dos quais dois estão localizados em Chapada dos Guimarães, onde o encontro está ocorrendo. Mais de mil militares estão envolvidos no combate aos incêndios, trabalhando em regime de revezamento.

As equipes estão combatendo, com apoio de um avião, incêndios na região do Complexo de Cavernas Aroe Jari e Mirante do Centro Geodésico da América do Sul, e dando suporte ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no combate ao incêndio que atinge o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. Participam das ações a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), a Defesa Civil Municipal de Chapada dos Guimarães, a Força Aérea Brasileira, brigadistas do ICMBio, SOS Pantanal e a Brigada do Jamacá.

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