JBS: Seara tem margem recorde, puxada por boa demanda e ciclo favorável do frango (JBS/Divulgação)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 27 de março de 2025 às 14h26.
Última atualização em 27 de março de 2025 às 14h47.
O Santander está otimista com a JBS (JBS3) no Brasil. Em relatório divulgado nesta quinta-feira, 27, o banco elevou o preço-alvo das ações da companhia de R$ 53 para R$ 58 e reiterou a recomendação de outperform para os papéis da empresa.
"O Brasil é o principal motor das nossas revisões de estimativas. A marca Seara ganhou força nos primeiros três meses do ano, graças aos altos preços do frango, e o Beef Brazil demonstrou a capacidade da empresa de repassar com sucesso os preços mais altos do gado, apesar das condições mais apertadas de oferta", disseram os analistas Guilherme Palhares e Laura Hirata.
A sinalização positiva para as ações da JBS vem após um balanço financeiro além do projetado pelo mercado. Na terça-feira, 25, a companhia comandada pelos irmãos Batista reportou lucro de R$ 2,4 bilhões no quarto trimestre de 2024, em comparação aos R$ 82,6 milhões em 2023, com uma melhora operacional em diversas divisões da empresa que permitiu, inclusive, a redução do seu endividamento.
Em 2024, os resultados líquidos alcançaram R$ 9,6 bilhões, recuperando-se após prejuízos de cerca de R$ 1 bilhão no período anterior.
Segundo os analistas, “as revisões refletem a força contínua das operações no Brasil e uma perspectiva mais construtiva para o negócio de carne bovina na América do Norte, mesmo diante de desafios de mercado”.
O banco estima um retorno total potencial ao acionista de 37%, considerando os dividendos já anunciados pela companhia. Além disso, revisou para cima as projeções de Ebitda para este ano, com alta de 15%, estimando agora R$ 39,5 bilhões em Ebitda consolidado.
Os analistas acreditam que a JBS segue atraente para 2025 por causa do forte fluxo de caixa livre e do potencial de superar as estimativas de mercado — o otimismo é impulsionado também pelo compromisso da empresa com a dupla listagem nos EUA, o que pode aumentar a liquidez e ampliar suas opções estratégicas.
Na segunda-feira, 24, a JBS anunciou que protocolou pedidos de registro de emissor estrangeiro e de programa de BDRs Nível II na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em mais um movimento em direção aos planos de dupla listagem de ações da companhia nos EUA e no Brasil.
“Acreditamos que a combinação entre o bom momento operacional, as revisões para cima nas estimativas e os catalisadores da listagem devem manter o desempenho positivo das ações ao longo de 2025”, afirmaram os analistas.