Apoio:
Aplicação de fertilizantes (Balazs Simon/Pexels/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 2 de junho de 2023 às 15h18.
Última atualização em 2 de junho de 2023 às 15h24.
Safras recordes de milho e soja no Brasil devem empurrar a demanda por fertilizantes de volta aos níveis pré-guerra, de acordo com o maior varejista agrícola do país.
As vendas de fertilizantes aumentarão 11% no Brasil no ano-safra 2023-24, trazendo a demanda de volta aos níveis vistos antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, disse Ruy Cunha, CEO da Lavoro, em entrevista. As vendas de pesticidas, fungicidas e outros agroquímicos devem crescer até 9%, disse ele.
Agricultores de todo o mundo reduziram o uso de fertilizantes depois que a guerra na Ucrânia cortou temporariamente quase um quinto das exportações mundiais dos insumos e levou os preços a dispararem.
À medida que os custos voltam a níveis mais normais, os produtores que estão expandindo lavouras no maior exportador mundial de milho e soja começam a estocar novamente.
“Para as próximas safras, vemos um retorno à normalidade no que diz respeito à aplicação de fertilizantes no Brasil”, disse Cunha. “As vendas já aceleraram nos últimos três meses.”
Os preços dos fertilizantes ainda podem cair mais, mas o mercado agora está mais perto do fundo do poço, disse ele. As vendas para entrega futura ganharam ritmo desde março, mas ainda estão de 10 a 20 pontos percentuais abaixo dos níveis alcançados no ano passado.
“Os agricultores ainda estão cautelosos e esperando que os preços das commodities e insumos se estabilizem ainda mais”, disse Cunha.
O mercado brasileiro de fertilizantes tem se mostrado mais robusto do que em muitos outros países. Com custos em reais e renda de exportação em dólar, os produtores do país conseguem uma margem maior do que os americanos.
Isso ajudou a Lavoro, empresa paulista listada na Nasdaq. O lucro bruto saltou 35%, para US$ 285 milhões, nos nove meses encerrados em 31 de março, enquanto a receita aumentou 25% no período, informou a empresa na quinta-feira.
A Lavoro, que também opera na Colômbia e no Uruguai, expandiu rapidamente depois de fechar 24 aquisições desde 2017, e outras estão sendo avaliadas. A empresa detém 10% do mercado brasileiro.
“A consolidação está apenas começando”, disse Cunha. “Vemos uma grande oportunidade.”