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Quem são os irmãos agrônomos que faturam cifras milionárias como ‘agroinfluencers’

Agroinfluencers assessorados faturam de 10.000 reais a 15.000 reais por mês, segundo Saile e Cesar Farias

Saile e Cesar Farias são donos do perfil @jovensdoagro, acumulam mais de 37 mil seguidores e abriram a própria agência de marketing de influência voltada ao agronegócio (Jovens do Agro/Divulgação)

Saile e Cesar Farias são donos do perfil @jovensdoagro, acumulam mais de 37 mil seguidores e abriram a própria agência de marketing de influência voltada ao agronegócio (Jovens do Agro/Divulgação)

Mariana Grilli
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 23 de outubro de 2023 às 13h52.

Última atualização em 24 de outubro de 2023 às 11h05.

Na esteira do efervescente movimento de influenciadores digitais em setores como moda, finanças e gastronomia, a nova geração de produtores rurais tem conciliado as atividades no campo com os 'likes' nas redes sociais. E se você pensa que os 'agroinfluencers' dançam em cima de tratores, bem, não está de todo errado. Mas há também dicas agronômicas, anúncios sobre produtos e o diário de bordo sobre o andamento das safras.

Segundo a Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), o papel dos influenciadores precisa incluir a difusão do conhecimento, a exemplo de técnicas de plantio e agricultura de precisão. Em um levantamento de 2020, a entidade apontou que três entre quatro produtores ainda não obtinha informações claras sobre estas tecnologias, o dá oportunidade aos influenciadores impactarem cerca de 4 milhões de produtores rurais.

Desde então, várias multinacionais têm investido neste canal, levando os 'agroinfluencers' a números milionários, de visualizações a faturamento.

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De Pirapozinho, próximo ao município de Presidente Prudente, interior de São Paulo, os irmãos Saile e Cesar Farias acompanham a adesão das empresas ao marketing de influência desde 2015, quando começaram a produção de conteúdo. À época, professora de agronomia, veterinária e zootecnista, Saile Farias já compartilhava a rotina no campo com seus alunos através da rede social pessoal, "quando tudo era mato".

"A moçada é carente nesse estímulo profissional, então começamos a contar nossa jornada de empreendedorismo e falar de sucessão familiar", afirma.

O interesse do público jovem foi tanto que, naquele ano, o irmão sugeriu criar um perfil profissioal para os alunos acompanharem a vida dentro e fora da porteira. Daí surgiu o perfil @jovensdoagro.

Marketing de influência

Atualmente, os irmãos têm mais de 38.000 seguidores e a própria agência de marketing de influência no agro, J.A Marketing Digital. A empresa faturou 1 milhão de reais em 2022 e, para este ano, espera chegar a até 3 milhões de reais. Os agroinfluencers assessorados faturam de 10.000 reais a 15.000 reais por mês, segundo eles.

Ao andar em feiras como Agrishow ou Expozebu, é comum encontrar influenciadores pelos estandes, fazendo a promoção das marcas. O valor médio para a cobertura de uma feira agrícola oscila entre 4.000 reais e 15.000 reais a diária, de acordo com Saile Farias, dependendo do perfil do influenciador e do tamanho do evento.

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O contrato mais caro que a agência já fechou foi de 220.000 reais. BASF, John Deere, Banco do Brasil, Chevrolet e Carrefour são algumas das contratantes deste ramo. "Em 2019, quando começamos, tivemos contratos de quatro meses de parceria com exclusividade. Desde o ano passado, temos fechado tanto para o nosso perfil, quanto aos agenciados, em contratos de seis meses a um ano", diz Saile.

Considerando todos os agenciados, a empresa de marketing dos irmãos reúne mais de 10 milhões de seguidores, incluindo Instagram, TikTok e Youtube. Dentre os assessorados, estão nomes como a dupla sertaneja João Neto e Frederico, pois o primeiro é médico veterinário e o segundo é engenheiro agrônomo.

O que Saile e Cesar não imaginavam é que exposição nas redes sociais chegaria a ter projeção internacional. De acordo com a agrônoma, a agência tem sido demandada para estudar a presença de influenciadores rurais fora do país. "Começamos a receber pedidos das multinacionais para mapear influenciadores na Argentina, Estados Unidos e até em Londres, mas ainda é menos expressivo e o Brasil é uma referência", afirma.

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