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Criação de gado na cidade de Tailândia, no estado do Pará (Pilar Olivares/Reuters)
Repórter freelancer de Agro
Publicado em 21 de agosto de 2023 às 07h00.
Última atualização em 27 de setembro de 2023 às 11h31.
A pecuária é a atividade produtiva de criação de animais como bovinos, suínos e ovinos, para a produção de alimentos e matéria-prima. O Brasil possui o maior rebanho de bovinos do mundo, com cerca de 224,6 milhões de cabeças de gado, contabilizados pelo Censo do IBGE em 2022, o que faz com que o número de gados do país ultrapasse o número de habitantes. Segundo o Censo Demográfico, a população em 2022 era de 203,1 milhões de pessoas.
O estado do Mato Grosso se mantém na liderança com o maior número de animais, ou seja, 34,3 milhões de bovinos compõe o rebanho atual, diz o levantamento do Instituto de Defesa Agropecuária do Mato Grosso (Indea-MT). Com base na última Pesquisa de Pecuária Municipal (PPM) realizada pelo IBGE, os dois estados com a maior criação de rebanho bovino são:
O setor também é responsável por aquecer o Produto Interno Bruto (PIB) do país, sendo que, em 2022, as exportações de carne bovina renderam ao país 13,09 bilhões de dólares em receita no ano passado, de acordo com dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
Ao falar da criação, a pecuária pode ser dividida entre extensiva e intensiva. O que muda em cada uma são as técnicas de manejo, a extensão de terra dedicada ao gado e o emprego de tecnologias. (ou não) e como o espaço de criação é utilizado.
Na pecuária extensiva, o animal é criado solto em grandes áreas de pasto. A prática é considerada rentável, devido ao baixo investimento, já que o gado retira a maior parte dos nutrientes das pastagens, tornando a atividade mais barata.
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Atualmente a pecuária extensiva é voltada principalmente ao gado de corte. De acordo com dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Brasil, cerca de 95% da carne bovina é proveniente de criações em sistema de pecuária extensiva, cujo regime de pastagens está distribuído em 167 milhões de hectares.
Entre as principais vantagens está o baixo investimento, já que o animal retira o alimento do lugar onde vive, neste caso o gasto do produtor rural será com suplementação e reposição mineral, devido as deficiências nas pastagens em algumas épocas do ano, mesmo assim os gastos com a engorda são baixos.
Já entre as desvantagens, como o gado é criado livre, fica mais difícil realizar o monitoramento e controle de produtividade de cada animal.
Totalmente o oposto da pecuária extensiva, a pecuária intensiva nada mais é do que a criação de animais nos sistemas de confinamento e semiconfinamento, com a finalidade de possuir o maior número de cabeças utilizando o menor espaço. No Brasil, este sistema de produção é utilizado principalmente na pecuária leiteira.
Entre suas características estão o uso de tecnologias para aumentar a produtividade, fazendo com que o produtor invista em melhoramento genético, inseminação artificial, insumos e maquinários.
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Visto que os animais são criados em uma área pequena, é possível ter maior controle do rebanho em relação as doenças e alimentação. Outro fator que merece destaque, são os elevados índices de produtividade, pois o melhoramento genético contribui no desenvolvimento de animais mais lucrativos e resistentes.
A principal desvantagem da prática está relacionada ao elevado custo de produção e a contratação de mão de obra especializada, além de investimento em tecnologia de última geração e estruturação de ambiente para o bem-estar do gado.
A escolha do sistema produtivo na pecuária é fundamental para que o produtor alcance os resultados esperados. Seja a pasto ou em confinamento as estratégias adotadas impactam diretamente na produtividade e nos lucros da fazenda. Por isso, é preciso levar em consideração, fatores como: