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Projeção indica safra recorde de 261 milhões de toneladas em 2022/23

Para o IBGE, o resultado é um novo recorde na série histórica, iniciada em 1975, e representa aumento de 3,4% ou 8,7 milhões de toneladas em relação a 2021

Números são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. (Stringer/Reuters)

Números são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. (Stringer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de outubro de 2022 às 10h37.

A produção brasileira de grãos pode atingir recorde de 312,37 milhões de toneladas na safra 2022/23, em fase de plantio, o que corresponde a um aumento de 15,3% (ou 41,5 milhões de t a mais) em comparação com o recorde anterior, obtido na safra passada 2021/22, que foi de 270,87 milhões de t. Os números fazem parte do primeiro levantamento da Safra de Grãos 2022/23 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, 6.

Conforme a estatal, a área destinada para o plantio apresenta um crescimento de 2,9% em relação ao ciclo 2021/22, podendo alcançar 76,58 milhões de hectares ante 74,46 milhões de hectares de 2021/22.

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O presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, disse no comunicado que é importante "ressaltar que no Brasil, considerando a sua vasta extensão territorial, há o cultivo de três safras em períodos distintos. Assim, para todas as culturas são utilizados aproximadamente, 52,6 milhões de hectares".

Dentre os produtos, destaque para soja e milho que juntos devem registrar uma produção de 279,3 milhões de toneladas. No caso da soja, os agricultores brasileiros devem destinar uma área de 42 89 milhões de hectares, um crescimento de 3,4% se comparada com a safra passada (41,49 milhões de hectares).

Segundo a Conab, a semeadura do grão ocorre dentro da janela (época recomendada) nos principais Estados produtores e chega atualmente a 4,6% da área, com o maior índice registrado no Paraná (9%), seguido de Mato Grosso (8,9%) e de Mato Grosso do Sul (6%). Com o avanço da área, a estimativa da Conab para a produção da oleaginosa é de 152,35 milhões de toneladas, aumento de 21,3% sobre 2021/22 (125,55 milhões de t).

Para o milho 1ª safra, é esperada uma redução de 1,5% na área a ser cultivada, por causa da elevação dos custos de produção, bem como a uma migração para cultivos mais rentáveis, conforme a estatal. O plantio está avançado no Sul do País, onde as precipitações frequentes e bem distribuídas favorecem o seu desenvolvimento inicial, apesar das baixas temperaturas registradas que retardaram a emergência em algumas regiões.

"Nos três Estados do Sul, onde a semeadura já está avançada, os produtores estão atentos para possível incidência de ataques de cigarrinha, principalmente com o aumento das temperaturas nos próximos meses", comentou a superintendente de Informações da Agropecuária da Companhia, Candice Romero Santos.

Mesmo com a menor área, é esperado que a colheita do cereal na primeira safra apresente um aumento de 14,6%, sendo estimada em 28,69 milhões de toneladas ante 25,03 milhões de t em 2021/22. O bom resultado se deve a expectativa de recuperação da produtividade no atual ciclo. Somando as três safras do cereal em toda a temporada 2022/23, a Conab estima uma produção de 126 94 milhões de toneladas, aumento de 12,5% ante 2021/22 (112,81 milhões de t).

Importantes produtos para o mercado interno, arroz e feijão também tendem a apresentar queda na área plantada. Ainda assim, a estimativa é de uma produção de arroz em 10,76 milhões de toneladas, o que corresponde a uma leve queda de 0,3% ante 2021/22 (10,79 milhões de t).

Já para o feijão, com três safras anuais, a produção deve atingir 2,96 milhões de toneladas, o que garante o abastecimento no País, e representa queda de 0,9% ante 2021/22 (2,99 milhões de t). A primeira safra de feijão está projetada em 954,8 mil t, aumento de 1,7% sobre 2021/22 (938,9 mil t).

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"O feijão é uma cultura de ciclo curto, o que apresenta uma vantagem para o produtor que consegue adequar o seu plantio dentro de uma janela menor, sem ter que renunciar à produção de outros grãos ainda no mesmo ano-safra. Nesse cenário, o Brasil tem três épocas distintas de plantio, favorecendo assim uma oferta constante do produto ao longo do ano", destacou o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.

Para o algodão, a expectativa é que sejam destinados 1,63 milhão de hectares para o cultivo da fibra, crescimento de 1,9% da área semeada na safra 2022/23 quando comparada com a safra anterior. A produção esperada é de 2,92 milhões de toneladas do produto em pluma, aumento de 14,7% ante 2021/22 (2,55 milhões de t).

Para as culturas de inverno, as lavouras se encontram em fase de colheita ou estágio avançado de desenvolvimento. Principal produto semeado, o trigo já está colhido em 22,4% da área plantada no País. Com expectativa de um novo recorde, a Conab projeta a produção do cereal em 9,4 milhões de toneladas, volume 22% maior que na safra anterior.

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