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Produtora aposta na biotecnologia como forma de investir na saúde do solo

Na Fazenda Santa Helena, Maíra Coscrato dedica 450 hectares para o cultivo de soja, injetando recursos em sementes com tecnologia que diminuiu a aplicação de defensivos químicos

Maíra Coscrato: produtora no município de Guaíra, em São Paulo, é vencedora da 6ª edição do Prêmio Mulheres do Agro, promovido pela Bayer e Abag (Bayer/Divulgação)

Maíra Coscrato: produtora no município de Guaíra, em São Paulo, é vencedora da 6ª edição do Prêmio Mulheres do Agro, promovido pela Bayer e Abag (Bayer/Divulgação)

Mariana Grilli
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 1 de novembro de 2023 às 15h29.

Última atualização em 1 de novembro de 2023 às 16h13.

Há nove anos, no município de Guaíra, interior de São Paulo, Maíra Coscrato deixou de exercer a atividade de professora para assumir, junto ao irmão, a Fazenda Santa Helena. À frente do negócio rural, a produtora de soja, milho, sorgo e feijão tem direcionado a gestão das lavouras com a premissa da sustentabilidade, a exemplo da retenção de carbono no solo.

Ela conta ser adepta à rotação de culturas e plantas de cobertura, utilizando aveia preta, centeio, nabo forrageiro, ervilhaca, milheto, trigo, entre outros. Além desta rotatividade, Coscrato explica que é importante acompanhar os avanços da biotecnologia, pois é por meio das proteínas inoculadas nas sementes que é possível usar menos defensivos químicos.

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"Hoje, com o plantio direto e rotação de culturas de forma sistemática, junto à biotecnologia e aos bioinsumos, diminuímos as doenças do solo e aumentamos a produtividade", ela afirma. Apenas para sojicultura são 450 hectares, área que chegou a ter produtividade média de 110 sacas por hectare após a combinação da biotecnologia com o manejo correto do solo.

Na prática, a biotecnologia nas sementes estimula um sistema de defesa na planta, que pode intoxicar pragas, como a lagarta. No entanto, ela explica que a intenção não é exterminar as pragas, ao contrário. O objetivo é evitar que haja a aplicação inseticidas, mortandade das espécies e a contaminação do solo. Isto é, a biotecnologia passa a ser uma estratégia para equilíbrio nutricional, biológico e físico do solo.

"Nós acreditamos que o trabalho que desenvolvemos no solo está pautado em biotecnologia. De acordo com as análises que fizemos, podemos plantar soja sem adubo, sem insumo na base, sem colocar nada de potássio. Pensando em sistema produtivo, paramos a Fazenda Santa Helena na terceira safra para fazer reciclagem de nutrientes, só com plantas de cobertura", ela diz.

Maíra Coscrato conta que os tratos culturais da lavoura costumavam considerar a aplicação química, mas há algumas safras a preferência pelos biológicos tem aumentado. Com isso, ela observa abundância de nutrientes com raízes mais profundas — fator relevante na agronomia.

"Isso tem se consolidado a cada ano e se reverte em rentabilidade, incluindo as novas cultivares de soja, com alto teto produtivo e que ajudam à descompactação do solo", afirma.

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