EXAME Agro

Preço de frutas e legumes nos supermercados de SP recua 3,56% em fevereiro

Tubérculos, como batata e cebola, lideraram o movimento de retração, com uma queda de 8,93%

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 25 de março de 2025 às 14h06.

Última atualização em 25 de março de 2025 às 14h37.

Comprar frutas, legumes e tubérculos, como batata e cebola, nos supermercados de São Paulo ficou mais barato em fevereiro. Os preços dos produtos in natura recuaram 3,56% no mês passado, segundo o Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) em parceria com a Fipe.

A queda observada em fevereiro resultou em uma deflação acumulada de 13,01% nos últimos 12 meses. Dentro das subcategorias, os tubérculos lideraram o movimento de retração, com uma queda de 8,93%, sendo a batata e a cebola os principais responsáveis por esse cenário.

As frutas apresentaram queda de 6,58%, com destaque para o quarteto maracujá, limão, uva e banana. Já os legumes caíram 2,90%, com a principal redução atribuída à cenoura.

Segundo Felipe Queiroz, economista-chefe da entidade, o recuo nos preços dos produtos in natura em fevereiro — que vem ocorrendo desde janeiro — pode ser explicado por uma combinação de fatores climáticos e sazonais.

O aumento das chuvas no segundo mês do ano foi um dos principais responsáveis por essa redução nos preços, pois favoreceu o desenvolvimento de algumas culturas. Além disso, o período de colheita de diversas culturas também contribuiu para o aumento da oferta desses produtos no mercado, impactando diretamente os preços.

"Junto a isso, tem o fator sazonal. É o período de colheita de muitas culturas, o que contribui para a queda nos preços. Alguns produtos, como batata e cebola, precisam de um volume importante de chuva, mas sem prejudicar a produção, e o período de colheita também tem grande influência", afirma o economista.

Preços em 2025

Na avaliação de Queiroz, não é possível prever uma tendência para os preços dos produtos in natura ao longo de 2025, por fatores como clima e câmbio.

"Esse movimento não é garantido que se mantenha nos próximos meses, devido à imprevisibilidade dos fenômenos climáticos. A tendência é muito incerta; o câmbio está em um processo de desaceleração, mas os fenômenos climáticos continuam sendo muito incertos neste momento", afirma ele.

Além disso, é necessário observar a demanda internacional pelos produtos, nos quais o Brasil é um dos principais exportadores globais.

"Esse é outro ponto importante. Devemos considerar que muitas frutas são exportadas e que também importamos muitos produtos, como a cereja e a maçã. Portanto, a combinação de fenômenos climáticos, demanda, oferta no mercado internacional e o câmbio vai influenciar bastante os preços", diz Queiroz.

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