Apoio:
Área de contêineres refrigerados para exportação de carga congelada no Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) (TCP/Divulgação)
Repórter de Agro
Publicado em 14 de junho de 2023 às 12h23.
Última atualização em 14 de junho de 2023 às 17h47.
No primeiro quadrimestre de 2023, o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), no Paraná, movimentou mais de US$ 2,23 bilhões de carne congelada para exportação. Os dados são do Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e revelam um crescimento de 44% em comparação ao mesmo período do ano passado.
O local possui grande relevância nacional na exportação de proteína animal, à medida que 33% do volume vendido e escoado ao exterior acontece via Paranaguá, segundo o sistema de dados DataLiner. Este também é o único terminal do Sul do país com acesso direto da ferrovia à zona alfandegada, tendo 25% do volume de proteína por meio deste modal.
A carne congelada é a principal commodity de exportação da TCP, com movimentação de 38.235 contêineres no período. O número é 28% maior em relação aos quatro primeiros meses de 2022. A carne de frango corresponde a 80% do volume movimentado, cujo principal destino é a Ásia, responsável pela compra de 66% do volume total.
Giovanni Guidolim, gerente de logística da TCP, diz que o aumento de embarque se deve à estrutura do terminal, que conta com o maior pátio reefer -- espaço adaptado para contêineres com controle de temperatura -- do Brasil. Até o final de 2023, o número de tomadas do pátio passará de 3.572 para 5.126, o que representa um aumento de 43% na capacidade de armazenamento desse tipo de carga.
Ele ainda conta que o terminal possui a maior concentração de linhas marítimas do Brasil, conectando o país à Ásia e Europa. “Estamos fazendo grandes investimentos na área reefer para suprir a crescente demanda do mercado e também construímos uma subestação de energia para sustentar a expansão”, afirma Guidolim.
Flexibilidade de espaço para receber antecipadamente o embarque de volumes refrigerados para exportação também é outra vantagem do terminal. Isso estimulou um crescimento de 137% na movimentação de carne bovina no primeiro quadrimestre deste ano na TCP. Um dos estados beneficiados com a medida foi o Mato Grosso, responsável por 35% da exportação de carne bovina que acontece pelo Paraná.
A expectativa para os próximos meses é de crescimento, principalmente em relação à carne de boi. Segundo Giovanni, “Com a habilitação de diversos frigoríficos para exportarem carne bovina para a China e o fim do embargo chinês para este tipo de carne, a expectativa é que aumente ainda mais a demanda pela proteína”, diz Guidolim.
A movimentação de carga por meio do modal ferroviário no Porto de Paranaguá aumentou em maio deste ano, representando 19,52% das cargas que entraram ou saíram. Em maio de 2022, a participação foi de 18,10% do volume total.
“Esse aumento foi evidente, principalmente na chegada da soja e de contêineres. Em ambas as cargas, ao mesmo tempo em que cresce o transporte ferroviário, o rodoviário diminui”, diz Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná. Ao somar todas as cargas, em maio de 2022, o transporte rodoviário de carga representava 80% do total movimentado no mês. No último mês, essa participação caiu para 78,61%.
Segundo Garcia, com a diversificação na utilização dos modais, o fluxo fica mais organizado, de ponta a ponta. “O aumento no volume de carga é absorvido sem gargalos, podendo se intensificar conforme a necessidade do mercado”, diz.