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Porto de Paranaguá movimenta US$ 2 bi em carne congelada em quatro meses

Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), no Paraná, registrou aumento de 28% no volume movimentado, em relação ao mesmo período de 2022

Área de contêineres refrigerados para exportação de carga congelada no Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) (TCP/Divulgação)

Área de contêineres refrigerados para exportação de carga congelada no Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) (TCP/Divulgação)

Mariana Grilli
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 14 de junho de 2023 às 12h23.

Última atualização em 14 de junho de 2023 às 17h47.

No primeiro quadrimestre de 2023, o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), no Paraná, movimentou mais de US$ 2,23 bilhões de carne congelada para exportação. Os dados são do Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e revelam um crescimento de 44% em comparação ao mesmo período do ano passado.

O local possui grande relevância nacional na exportação de proteína animal, à medida que 33% do volume vendido e escoado ao exterior acontece via Paranaguá, segundo o sistema de dados DataLiner. Este também é o único terminal do Sul do país com acesso direto da ferrovia à zona alfandegada, tendo 25% do volume de proteína por meio deste modal.

A carne congelada é a principal commodity de exportação da TCP, com movimentação de 38.235 contêineres no período. O número é 28% maior em relação aos quatro primeiros meses de 2022. A carne de frango corresponde a 80% do volume movimentado, cujo principal destino é a Ásia, responsável pela compra de 66% do volume total.

Maior pátio reefer do Brasil

Giovanni Guidolim, gerente de logística da TCP, diz que o aumento de embarque se deve à estrutura do terminal, que conta com o maior pátio reefer -- espaço adaptado para contêineres com controle de temperatura -- do Brasil. Até o final de 2023, o número de tomadas do pátio passará de 3.572 para 5.126, o que representa um aumento de 43% na capacidade de armazenamento desse tipo de carga.

Ele ainda conta que o terminal possui a maior concentração de linhas marítimas do Brasil, conectando o país à Ásia e Europa. “Estamos fazendo grandes investimentos na área reefer para suprir a crescente demanda do mercado e também construímos uma subestação de energia para sustentar a expansão”, afirma Guidolim.

Exportação de carne bovina

Flexibilidade de espaço para receber antecipadamente o embarque de volumes refrigerados para exportação também é outra vantagem do terminal. Isso estimulou um crescimento de 137% na movimentação de carne bovina no primeiro quadrimestre deste ano na TCP. Um dos estados beneficiados com a medida foi o Mato Grosso, responsável por 35% da exportação de carne bovina que acontece pelo Paraná.

A expectativa para os próximos meses é de crescimento, principalmente em relação à carne de boi. Segundo Giovanni, “Com a habilitação de diversos frigoríficos para exportarem carne bovina para a China e o fim do embargo chinês para este tipo de carne, a expectativa é que aumente ainda mais a demanda pela proteína”, diz Guidolim.

Transporte via ferrovia

A movimentação de carga por meio do modal ferroviário no Porto de Paranaguá aumentou em maio deste ano, representando 19,52% das cargas que entraram ou saíram. Em maio de 2022, a participação foi de 18,10% do volume total.

“Esse aumento foi evidente, principalmente na chegada da soja e de contêineres. Em ambas as cargas, ao mesmo tempo em que cresce o transporte ferroviário, o rodoviário diminui”, diz Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná. Ao somar todas as cargas, em maio de 2022, o transporte rodoviário de carga representava 80% do total movimentado no mês. No último mês, essa participação caiu para 78,61%.

Segundo Garcia, com a diversificação na utilização dos modais, o fluxo fica mais organizado, de ponta a ponta. “O aumento no volume de carga é absorvido sem gargalos, podendo se intensificar conforme a necessidade do mercado”, diz.

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