As linhas oferecidas pelo Plano Safra possuem subdivisões específicas, nas categorias: crédito de custeio e comercialização e crédito de investimento. Cada produtor é enquadrado em uma ou outra modalidade, de acordo com o tamanho da propriedade, atividade exercida, renda anual, etc. (Freepik/Freepik)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 19 de fevereiro de 2025 às 10h02.
Última atualização em 19 de fevereiro de 2025 às 10h03.
A Picsel, insurtech focada em seguros agrícolas, acaba de levantar R$ 5 milhões em uma rodada de investimentos liderada pela Arar Capital, gestora de venture capital. O valor será usado principalmente para ampliar as operações comerciais e melhorar a tecnologia da plataforma.
Fundada em 2021, a Picsel desenvolve soluções para acelerar a contratação de seguros. A startup usa dados climáticos e imagens de satélite para calcular os riscos de forma individualizada, fugindo da precificação baseada em médias municipais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Hoje, a emissão de uma apólice leva até 15 dias. Com a nossa tecnologia, conseguimos reduzir esse processo para apenas cinco minutos”, afirma o CEO a EXAME. Essa é a segunda rodada de captação que a insurtech levanta. Em 2021, a empresa recebeu um investimento anjo da Poli Angels.
A empresa desenvolveu um “gêmeo digital” para simular o desenvolvimento das lavouras a partir de um banco de dados com 30 anos de registros climáticos e 20 anos de imagens de satélite. A abordagem possibilita ajustes nas apólices conforme o histórico produtivo de cada área cultivada.
Com o novo aporte, a Picsel vai reforçar a equipe comercial para ampliar sua base de clientes entre seguradoras. “Não queremos vender seguros diretamente, mas fornecer tecnologia para ajudar as empresas a melhorar suas operações”, explica o CEO, Vitor Ozaki.
A demanda por seguros agrícolas no Brasil enfrenta desafios, principalmente devido às mudanças climáticas e do orçamento reduzido do programa de subvenção federal. O número de apólices contratadas caiu de 217 mil em 2021 para 107 mil em 2023, com a alta nos custos de produção e a limitação de recursos do governo para subsídios impactando diretamente o setor.
A incerteza climática tem sido um dos principais fatores que impulsionam a busca por novas soluções no mercado. Apesar das perspectivas de crescimento, a Picsel não planeja novas rodadas de captação por enquanto. "A prioridade da empresa é consolidar sua atuação antes de buscar novos investimentos," diz o CEO.