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No Tocantins, El Niño prejudica agropecuária e leva municípios à situação de emergência

Por causa da seca, o Ministério da Agricultura acatou novo prazo para o plantio no estado e produtores podem seguir com a semeadura da primeira safra até 20 de janeiro

Quebra de safra no Tocantins: falta de chuvas chegou a prejudicar 95% da área plantada no município de Talismã (Departamento de Comunicação do Sistema FAEP/SENAR-PR/Divulgação)

Quebra de safra no Tocantins: falta de chuvas chegou a prejudicar 95% da área plantada no município de Talismã (Departamento de Comunicação do Sistema FAEP/SENAR-PR/Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 4 de janeiro de 2024 às 15h08.

Última atualização em 4 de janeiro de 2024 às 15h25.

Municípios do Tocantins começam 2024 com o decreto de situação de emergência por causa da seca severa, principalmente no sul e sudeste. Devido à falta de chuvas, agricultores e pecuaristas têm manifestado preocupação após a soja plantada não se desenvolver e não haver condições de hidratar o rebanho.

No dia 28 de dezembro, o município de Santa Rosa do Tocantins teve o decreto publicado no Diário Oficial do Estado. Outras quatro cidades também iniciam 2024 na mesma situação. São elas: Talismã, Araguaçu, Sucupira e Jaú do Tocantins. Caso a situação se mantenha crítica, a município de Chapada da Natividade também deve declarar emergência, de acordo com a Defesa Civil.

Leia também: Preço do milho futuro cai 30% em 2023 e registra maior queda em 10 anos

O período chuvoso no estado é previsto para ocorrer entre outubro e abril. No entanto, devido ao fenômeno climático El Niño, a estiagem é agravada e acontece no momento em que as lavouras e a criação de animais estão acostumadas com a disponibilidade hídrica.

Como consequência, o município de Talismã registrou prejuízos de 95% na área plantada e 45% nas áreas de pastagens. A falta de chuva também provoca a morte dos animais, o que impacta diretamente na renda e, muitas vezes, no sustento das famílias de zona rural.

Gado morre de sede no município de Talismã (TO) (Defesa Civil Tocantins/Reprodução)

Este é só um exemplo de como a falta de chuvas regulares no Tocantins tem impactado a agropecuária local, deixando a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja-Tocantins) em alerta. Caroline Schneider Barcelos, presidente da entidade no estado, afirma que o atraso na semeadura da soja e a perda de produtividade já recai sobre o milho segunda safra.

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Novo prazo para plantio

Para amenizar a situação crítica, representantes do agronegócio local se mobilizaram junto ao governo do estado e levaram o pedido de ajuda ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Depois disso, o ministro Carlos Fávaro estendeu o prazo permitido para o plantio no estado. O período para plantar é definido no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), a fim de garantir condições adequadas para o desenvolvimento das culturas.

Diante da realidade tocantinense, os produtores rurais têm até o dia 20 de janeiro para concluir a semeadura.

Além disso, o governo do estado também solicitou ao Ministério da Agricultura a prorrogação do prazo de pagamento dos financiamentos feitos para investimento e custeio da produção agropecuária, contraídos em 2023 e com prazo de pagamento para 2024. Esta medida busca oferecer suporte aos produtores que enfrentaram dificuldades em razão das condições climáticas adversas.

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Valor Bruto da Produção

De acordo com o Mapa, o  Valor Bruto de Produção (VBP) do Tocantins em 2023 atingiu a marca de R$ 18,4 bilhões, leve recuo em relação aos R$ 18,6 bilhões alcançados em 2022 e uma diminuição mais expressiva em comparação aos R$ 19,1 bilhões registrados no ano antecedente.

Em termos nacionais, o VBP do Tocantins contribui com 1,7% do VBP total do Brasil, ocupando a 13ª posição no ranking dos estados que mais colaboram para o VBP nacional. As lavouras respondem por 73% do VBP do Estado em 2023, enquanto as atividades pecuárias representaram os 27% restantes.

A soja liderou o faturamento com R$ 9,1 bilhões, ante os R$ 8,9 bilhões de 2022. Em contrapartida, a bovinocultura de corte, a segunda atividade mais relevante, registrou queda significativa, passando de R$ 5,3 bilhões em 2022 para R$ 4,4 bilhões em 2023.

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