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Geraldo Alckmin: vice-presidente participa de coletiva na COP30 (Eduardo Frazão/Exame)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 17 de novembro de 2025 às 15h58.
BELÉM, PARÁ — O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, disse que não faz sentido o governo dos Estados Unidos manter as tarifas de 40% sobre os produtos brasileiros, uma vez que a balança comercial americana com o Brasil é superavitária.
"Estamos trabalhando para avançar mais, porque 10 produtos que os Estados Unidos exportam para nós, não pagam imposto, é zero. Não faz sentido manter a tarifa", afirmou em coletiva de imprensa na COP30.
Na sexta-feira, 14, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou uma ordem executiva retirando as tarifas recíprocas implementadas em abril deste ano. A expectativa do republicano é que a medida reduza a inflação de alimentos nos EUA.
O decreto, porém, não removeu a sobretaxa de 40% anunciada em julho. No caso brasileiro, as tarifas sobre a carne e o café permaneceram nessa porcentagem.
O vice-presidente reiterou que segue em negociações com o governo americano. Ele afirmou que, com o decreto de sexta-feira, as tarifas que incidiam sobre a castanha-do-pará, por exemplo, foram reduzidas e agora estão zeradas.
"Estamos confiantes de que vamos avançar mais para corrigir essas distorções, para podermos ter um mercado exterior que respeite o multilateralismo e o livre comércio", afirmou.
Segundo Alckmin, com a ordem executiva divulgada na sexta-feira, a região Norte do Brasil foi beneficiada. Pelos cálculos apresentados pelo vice-presidente, 28% dos produtos exportados pela região seguem tarifados, ante 45% antes do anúncio.
"Suco de fruta, pimenta seca, castanha-do-pará, cereais, frutas e doces tiveram redução de tarifa — no caso do cacau, a queda foi de 10%. Já a castanha-do-pará com casca passou a ter alíquota zero. São dois exemplos: a castanha-do-pará com casca e o suco de laranja agora estão totalmente desonerados", disse Alckmin.