TIM: "Superamos a meta de 20 milhões de hectares e, para 2025, a expectativa é crescer 50%", diz Alberto Griselli, CEO da TIM Brasil. (Case IH-TIM/Divulgação)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 29 de abril de 2025 às 13h01.
Última atualização em 29 de abril de 2025 às 14h37.
RIBEIRÃO PRETO* Depois de bater a meta de conectar 20 milhões de hectares em 2024, a TIM, operadora de telefonia, quer ir além. Para este ano, o objetivo é chegar aos 26 milhões de hectares conectados.
“Superamos a meta de 20 milhões de hectares e, para 2025, a expectativa é crescer 50%. Nossa cobertura já é um diferencial no mercado brasileiro”, diz à EXAME Alberto Griselli, CEO da TIM Brasil.
Segundo a companhia, os contratos de IoT B2B (Internet das Coisas para o mercado empresarial) já somam R$ 708 milhões desde 2022, sendo R$ 270 milhões registrados apenas em 2024.
Para Alexandre Dal Forno, diretor de Desenvolvimento de Mercado IoT & 5G da TIM Brasil, a estratégia para este ano, assim como foi em 2024, é firmar parcerias com grandes players do agro, um ponto-chave para atingir a meta estabelecida para 2025.
“Fechamos parcerias com grandes empresas como a CNH Industrial, oferecendo pacotes de conectividade para clientes que compram máquinas. Têm sido um sucesso essas parcerias”, diz o executivo.
A empresa de telefonia já fechou um contrato de 1 milhão de hectares com o grupo Pedra Agroindustrial, do setor de cana-de-açúcar, o que deve contribuir para o crescimento da cobertura no setor.
Na carteira de clientes e parceiros estão grandes nomes do agronegócio, como SLC Agrícola, São Martinho, Bunge, Citrosuco, BP Bioenergy, Amaggi e Adecoagro – e os planos são atrair ainda mais nomes relevantes do agro.
O projeto Fazenda Conectada, resultado da parceria entre a TIM e a CASE IH, é uma das principais vitrines da operadora. Localizada em Água Boa, Mato Grosso, a iniciativa mostra que, ao comparar os resultados das safras de 2022 e 2023, a propriedade registrou aumento de 18% na produtividade e economia de 25% no consumo de combustível por tonelada.
Além das parcerias com grandes players do agro, a operadora pretende aumentar sua atuação em outras regiões nas quais o setor tem crescido, como o Pará. Segundo o CEO, a TIM iniciou projetos no estado, com a inclusão de produtores menores e cooperativas no seu radar.
“Aumentamos nossa equipe para melhor atender nossos clientes. Temos agrônomos nas principais regiões do agronegócio e estamos presentes nas regiões-chave do Brasil”, diz Griselli. O executivo, no entanto, ressalta que a companhia continuará com foco nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
Dados do Indicador de Conectividade Rural (ICR), lançado pela ConectarAGRO em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), mostram que apenas 18,8% da área agrícola produtiva do Brasil possuía conectividade adequada para atividades operacionais em 2023.
As regiões Sul e Sudeste são as que apresentam a maior cobertura, onde 37,4% das propriedades rurais do país estão conectadas, com predominância do sinal 4G.
Na visão da operadora, a tecnologia 4G é atualmente mais adequada para cobrir grandes áreas rurais do que o 5G por causa de sua frequência mais baixa. Frequências mais baixas, como as usadas pelo 4G, têm melhor penetração por meio de obstáculos e uma maior capacidade de cobertura em áreas amplas.
Isso significa que o sinal pode alcançar distâncias maiores e penetrar melhor por meio de paredes e outros obstáculos naturais, como árvores e terrenos irregulares. Por outro lado, as frequências mais altas do 5G, embora ofereçam maiores velocidades e capacidade, têm uma penetração de sinal mais limitada e alcançam distâncias menores.
"O 5G é importante, mas, para as necessidades do agro no Brasil, o 4G e o NB-IoT continuam sendo as tecnologias mais apropriadas para garantir a cobertura e conectividade no campo”, diz o CEO. O NB-IoT é uma tecnologia de comunicação sem fio de baixa potência e grande alcance — cerca de 5,1 mil estão cobertos pela tecnologia, vista pelo CEO da TIM, como "a principal solução para o agro no Brasil" dado o tamanho do Brasil.
O Brasil possui 851,487 milhões de hectares, dos quais 340 milhões são utilizados para atividades agropecuárias – e o acesso à conectividade ainda é um desafio para o setor.
Outro ponto importante abordado pelos executivos é a inclusão digital proporcionada pelas soluções da TIM — a operadora não só conecta grandes propriedades, mas também beneficia pequenos produtores rurais.
Segundo Dal Forno, mais de 300 mil pequenas propriedades já foram impactadas positivamente pela conectividade fornecida pela TIM.
“Estamos chegando a quase 2 milhões de pessoas no campo que nunca tiveram acesso à conectividade. Além de melhorar a produtividade, isso tem um impacto significativo na vida das pessoas, com acesso a pontos de saúde, escolas rurais e serviços essenciais”, diz.
* O repórter viajou a convite da Bayer.