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Na JBS, estudo mostra que recuperação de pastagens pode reduzir emissões e melhorar carne brasileira

Levantamento foi realizado entre agosto de 2023 e maio de 2024, e avaliou 103 fazendas

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 4 de outubro de 2024 às 17h31.

A pecuária pode desempenhar um papel significativo na captura de gases de efeito estufa (GEE) da atmosfera ao adotar práticas de manejo de solo, aumentar a eficiência produtiva e manter o desmatamento zero.

Esses são os principais achados de um estudo conduzido pelo Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da FGV (OCBio/FGV), em parceria com a consultoria Fauna Projetos, o Instituto Inttegra e a JBS e divulgado em primeira mão à EXAME.

De acordo com a pesquisa, 31% das fazendas analisadas removem mais carbono da atmosfera do que emitem. O levantamento foi realizado entre agosto de 2023 e maio de 2024, e avaliou 103 propriedades fornecedoras da Friboi – uma das marcas do portfólio da JBS – em 12 estados brasileiros.

"Também ficou nítido o efeito da recuperação dos pastos na redução das emissões. Esse conjunto indica, claramente, o caminho de adotar boas práticas agrícolas aumentando a eficiência e a qualidade da carne brasileira", afirma Eduardo Assad, pesquisador do OCBio/FGV e diretor-executivo da consultoria Fauna Projetos, que integrou a coordenação do estudo.

Segundo os pesquisadores, o tempo de envio dos bovinos para processamento, a qualidade da dieta oferecida ao gado, o manejo eficiente das pastagens e o controle do desmatamento foram os principais fatores que influenciaram os resultados.

As práticas são fundamentais para reduzir as emissões e aumentar a captura de carbono nas propriedades analisadas. Além disso, os dados mostraram que a adoção de técnicas de manejo sustentável é essencial para que a pecuária contribua de forma positiva no combate às mudanças climáticas.

Mensuração de emissões com padrão internacional

Para realizar o estudo, os pesquisadores utilizaram o método de mensuração internacional GHG Protocol, desenvolvido pelo World Resources Institute (WRI) e pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).

Esse protocolo é amplamente aceito no setor e estabelece padrões para medir as emissões e remoções de GEE – a coleta de dados foi realizada mensalmente nas fazendas, permitindo uma análise detalhada das emissões ao longo do período.

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