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Milei reduz impostos a exportações de principais cultivos e carne na Argentina

O setor agropecuário representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) argentino, segundo dados oficiais, enquanto seis de cada dez dólares que entram no país por exportações provêm desse ramo

O setor representa 60% das exportações argentinas em 2024, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (Indec) (Tomas Cuesta/AFP)

O setor representa 60% das exportações argentinas em 2024, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (Indec) (Tomas Cuesta/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 26 de julho de 2025 às 17h10.

Última atualização em 26 de julho de 2025 às 19h16.

O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou neste sábado, 26, uma redução "permanente" dos impostos sobre as exportações dos principais cultivos agrícolas e de carne, em um discurso perante centenas de produtores rurais em Buenos Aires.

Essa redução faz parte da promessa que o governante fez durante a campanha presidencial ao setor agropecuário, com o objetivo final de eliminar o imposto.

O setor representa 60% das exportações argentinas em 2024, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (Indec).

"A partir de hoje, as retenções (imposto sobre exportação) à carne de frango e bovina serão reduzidas de 6,75% para 5%, ao milho de 12% para 9,5%, ao sorgo de 12% para 9,5%, ao girassol de 7,5% e 5% para 5,5% e 4%, (...) à soja, de 33% para 26% e aos subprodutos da soja de 31% para 24,5%", disse Milei.

O governo não esclareceu por que foram anunciados dois números diferentes para as exportações de girassol. Uma fonte do setor indicou à AFP que isso se refere a subprodutos derivados, como o óleo.

O setor agropecuário representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) argentino, segundo dados oficiais, enquanto seis de cada dez dólares que entram no país por exportações provêm desse ramo, impulsionado pela soja e seus derivados, que em 2024 representaram 24,6% das exportações totais do país, de acordo com o Indec.

Em janeiro, o governo argentino já havia decretado uma redução de retenções para esses cultivos pelos mesmos valores, mas a medida foi temporária e expirou no fim de junho, com exceção do trigo e da cevada (ambos de 12,5% para 9%), que foram estendidos e agora serão permanentes.

"Essas reduções são permanentes e não terão retorno enquanto eu estiver no governo", disse Milei na "Exposição Rural", evento que inclui a exibição de animais do campo, máquinas agrícolas, gastronomia e shows ao vivo. É considerado o maior evento do tipo no país.

O presidente estimou que a medida resultará em uma redução de retenções líquidas de 20% para as cadeias de grãos, que em 2024 contribuíram com 5,35 bilhões de dólares ao fisco por esse imposto.

Centenas de pessoas de todo o país se reuniram para participar do encontro anual e ouvir Milei.

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