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La Niña deve chegar em outubro no Brasil; entenda o que é e como o país pode ser afetado

Fenômeno climático deve ter início na primavera e ter fraca intensidade, segundo órgão norte-americano

The brown sandy land under the dark cloudy grey sky (Freepik)

The brown sandy land under the dark cloudy grey sky (Freepik)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 19 de setembro de 2024 às 10h31.

Última atualização em 19 de setembro de 2024 às 10h32.

O fenômeno climático La Niña deve chegar em outubro, de acordo com a nova atualização do Centro de Previsão Climática dos Estados Unidos (CPC/NCEP).

Durante um evento de La Niña, a temperatura do Oceano Pacífico na região tropical fica abaixo da média, e esse resfriamento provoca uma série de efeitos climáticos, que incluem chuvas mais intensas na Ásia e condições mais secas em algumas áreas da América do Sul.

A previsão anterior era de que o La Niña ocorresse entre agosto e setembro, ou seja, ainda no inverno brasileiro, entretanto, o fenômeno deve ter início na primavera e ter fraca intensidade, segundo o CPC/NCEP.

Apesar de a taxa de resfriamento da temperatura da superfície do mar (SST) ter sido mais lenta do que se esperava, "as condições ainda são favoráveis para o desenvolvimento de La Niña nos próximos meses", afirmou o órgão em nota.

Isso ocorre porque as temperaturas abaixo do normal no subsolo e os ventos de leste fracos continuam a criar um ambiente propício para esse fenômeno climático.

A previsão é de que o fenômeno traga alívio para produtores agrícolas que enfrentaram sérios problemas recentemente – isso inclui a possibilidade de compensar os danos causados por secas severas na África e das enchentes históricas no Rio Grande do Sul, por exemplo.

Como La Niña afeta o Brasil?

No Brasil, o fenômeno La Niña pode influenciar diretamente as principais culturas agrícolas, como soja, café e açúcar. Segundo previsões climáticas, o La Niña deverá impactar o país durante o verão de 2025, apresentando uma tendência de enfraquecimento a partir de fevereiro.

Para o período entre fevereiro e abril de 2025, a expectativa é que o fenômeno evolua para condições neutras, com alta probabilidade.

No Brasil, as atenções estão voltadas para o Centro-Oeste e o Sul, regiões responsáveis por mais de 80% da produção de soja, com destaque para os estados de Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul.

A previsão de um clima mais seco nessas áreas preocupa, já que pode afetar diretamente o desempenho dessas lavouras, principalmente durante a fase crítica de desenvolvimento da safra.

Inclusive, em algumas regiões dos estados do Paraná e Mato Grosso o plantio da soja está atrasado por causa do clima seco que tem predominado.

Na temporada 2023/24, o Brasil estava no caminho de alcançar uma produção recorde de 150 milhões de toneladas de soja, mas a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou essa estimativa para 147,38 milhões de toneladas, refletindo os desafios climáticos que o país já enfrentou.

Segundo a Climatempo, se o La Niña se confirmar, as regiões Norte e Nordeste devem receber mais chuvas do que o habitual, o que pode beneficiar a agricultura local. No entanto, a situação no Sul do país poderá ser inversa, com redução significativa nas chuvas, aumentando o risco de geadas tardias e estiagem durante o verão.

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