Redatora
Publicado em 26 de maio de 2025 às 06h47.
O Japão anunciou nesta segunda-feira, 26, que vai liberar 300 mil toneladas de arroz de seus estoques públicos com preço fixo, em uma tentativa de cortar pela metade os valores do alimento, que dispararam nos últimos meses. A medida foi anunciada pelo novo ministro da Agricultura, Shinjiro Koizumi, e ocorre em meio à pressão popular por conta do aumento do custo de vida no país.
Segundo o Ministério da Agricultura, o arroz será vendido a atacadistas por cerca de ¥ 10.000 (R$390) por 60 quilos, o que deve reduzir o preço médio ao consumidor para cerca de ¥ 2.000 (R$78) por 5 quilos — atualmente em torno de ¥ 4.268 (R$166,45). A expectativa é que o arroz mais barato comece a aparecer nas prateleiras no início de junho.
Koizumi afirmou que o governo deixará de usar o modelo de leilão competitivo para vender o arroz estocado. “Não é possível responder às necessidades do povo repetindo o que sempre foi feito”, disse.
A medida é uma resposta à alta histórica dos preços do arroz, que subiram 98,4% no mês passado em relação ao ano anterior — a maior variação desde os anos 1970. O impacto é direto no orçamento das famílias e ocorre às vésperas das Senado japonês, num momento em que o governo do primeiro-ministro Shigeru Ishiba já enfrenta baixa popularidade.
Desde março, o governo japonês liberou mais de 200 mil toneladas de arroz emergencial — normalmente reservado para desastres naturais —, mas apenas 11% chegaram às lojas, com o restante retido na cadeia de distribuição. Para acelerar a chegada do arroz mais barato aos consumidores, o ministério vai montar uma força-tarefa com cerca de 500 funcionários em todo o país.
A gestão de Koizumi tenta reverter o desgaste causado pelo ex-ministro Taku Eto, que renunciou após dizer que nunca precisou comprar arroz porque recebe o alimento de apoiadores, o que gerou forte reação negativa da opinião pública.