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Inverno será gelado e deve afetar produção agrícola, diz meteorologista

Novas massas de ar polar devem atingir o Brasil em junho e durante todo o inverno; geadas podem causar impactos principalmente nas hortaliças: veja vídeo

Frio pode afetar o cultivo de hortaliças (Getty Images/Getty Images)

Frio pode afetar o cultivo de hortaliças (Getty Images/Getty Images)

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Carla Aranha

Publicado em 19 de maio de 2022 às 17h18.

Última atualização em 19 de maio de 2022 às 17h34.

Os dias gelados não devem dar trégua tão cedo. O inverno de 2022 deverá ser caracterizado por temperaturas abaixo da média, com ocorrências de neve na região Sul e geadas. A chegada de novas massas de ar polar devem jogar as mínimas para baixo na primeira semana de junho, segundo o meteorologista Celso Oliveira, do Climatempo, com efeitos potencialmente prejudiciais à lavoura. Ao longo do mês, as temperaturas devem oscilar, alternando mínimas ao redor de 5ºC em São Paulo e temperaturas negativas no Sul com períodos mais amenos.

"Hortaliças, mais sensíveis a geadas, deverão sofrer as primeiras consequências das geadas", afirma. "Além disso, culturas como o tomate e a cenoura, que já vinham enfrentando alta de preços por causa das chuvas do início do ano, correm o risco de serem impactadas novamente". Assista o vídeo:

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Não estão descartados também novos impactos em carros-chefe do agronegócio brasileiro, como o milho e a soja, embora os efeitos não devam ser tão preponderantes como no ano passado. Uma estiagem prolongada em 2021 na região Sul provocou uma quebra de 50% na segunda safra de milho no Paraná, um dos principais estados produtores. Para a safra atual, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma colheita de 269,3 milhões de toneladas, 5,4% a mais do que o volume obtido no ciclo anterior.

Caso as previsões climáticas para os próximos meses se confirmem, há preocupação em relação a alimentos mais sensíveis, como verduras em geral, já que o desenvolvimento da planta pode ser impactado pelo frio intenso. As baixas temperaturas provocam efeitos como queimaduras nas folhas e, pior ainda, são uma fonte de estresse para as folhagens, que podem parar de crescer.

Geadas

Quando há geada, muitas vezes ocorre a morte do pés de hortaliças e outras culturas -- foi o que aconteceu no an passado com as lavouras de café em Minas Gerais. Quase metade da área produtora de café no estado sofreu perdas relativas ao mau tempo em 2021, segundo a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Para este ano, é esperada uma colheita de 53,4 milhões de sacas de café no país. Desse total, 14 milhões de sacas devem vir do Sul de Minas.

Os choques climáticos também entrarão no radar do Banco Central. Nesta quarta, dia 18, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, alertou para os efeitos negativo do mau tempo em relação à produtividade e à atividade econômica, principalmente no que diz respeito a impactos na inflação no curto prazo. "Estava fazendo uma reunião de inflação e estava falando da geada que vem por aí, qual é o impacto que isso pode ter em alimentos e na inflação de curto prazo", disse Campos Neto durante o  Congresso Mercado Global de Carbono realizado essa semana no Rio de Janeiro.

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