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Incêndios já custam R$ 14,7 bilhões aos produtores rurais; São Paulo lidera prejuízo

Projeções se baseiam nos danos à produção de bovinos de corte, cana-de-açúcar e na qualidade do solo, diz CNA

Vista aérea de um incêndio em Corumbá, Mato Grosso do Sul, em 26 de junho de 2024
incêndio queimada fumaça Brasil Emissões de CO2 efeito estufa El Niño calor seca (AFP Photo)

Vista aérea de um incêndio em Corumbá, Mato Grosso do Sul, em 26 de junho de 2024 incêndio queimada fumaça Brasil Emissões de CO2 efeito estufa El Niño calor seca (AFP Photo)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 26 de setembro de 2024 às 19h25.

Os incêndios que atingiram o agronegócio brasileiro entre junho e agosto deste ano causaram um prejuízo de R$ 14,7 bilhões em 2,8 milhões de hectares de propriedades rurais no país.

As estimativas foram divulgadas nesta quinta-feira, 26, pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Segundo a entidade, as projeções se baseiam nos danos à produção de bovinos de corte, cana-de-açúcar e na qualidade do solo.

De acordo com o levantamento, a pecuária e pastagens foram os setores mais afetados, com perdas de R$ 8,1 bilhões. Em seguida, destacam-se as cercas (R$ 2,8 bilhões), a cana-de-açúcar (R$ 2,7 bilhões) e outras culturas temporárias e permanentes (R$ 1,068 bilhão).

Os estados mais prejudicados foram São Paulo (R$ 2,8 bilhões), Mato Grosso (R$ 2,3 bilhões), Pará (R$ 2 bilhões) e Mato Grosso do Sul (R$ 1,4 bilhão).

RenovAgro será estendido aos produtores rurais

Nesse cenário, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou na segunda-feira, 23, que o crédito do RenovAgro, linha de financiamento do governo federal para a recuperação de áreas degradadas, será estendido a todos os produtores rurais cujas propriedades foram atingidas por queimadas.

De acordo com o ministro Carlos Fávaro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o uso dos recursos do Programa de Financiamento de Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro) em caráter emergencial. “É o recurso mais acessível, com menores taxas de juros e prazo amplo para pagamento”, afirmou Fávaro.

Embora alguns bancos passem a disponibilizar o crédito a partir de outubro, algumas instituições já estão oferecendo o recurso.

Fávaro destacou, entretanto, que os únicos produtores excluídos do benefício serão aqueles que provocaram os incêndios em suas próprias terras. Segundo ele, essas atitudes devem ser punidas com rigor, conforme a lei.

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